O
Índice de Percepção da Corrupção (CPI) foi criado pela Transparency
International em 1995 e é, desde então, uma referência na análise do fenómeno
da corrupção, a partir da percepção de especialistas e executivos de negócios
sobre os níveis de corrupção no setor público.
É
um índice composto, ou seja, resulta da combinação de fontes de análise de
corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes, e classifica de
0 (percepcionado como muito corrupto) a 100 (muito transparente) 180 países e
territórios.
Em
2012, a Transparency International reviu a metodologia usada para construir o
índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano para o
seguinte.
Resultados da CPLP
No seu conjunto, e tal como nos anos anteriores, os países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) apresentam uma pontuação média muito baixa (39). A TI Portugal e outras organizações da sociedade civil dos Estados-membros continuam, como tal, a pugnar para que a agenda da CPLP inscreva o combate à corrupção como uma prioridade.
À
exceção de Portugal (61) e de Cabo Verde (64) – que é agora o país com a
pontuação mais alta dentro desta Comunidade, tendo subido 4 pontos desde o ano
passado – todos os países da CPLP têm uma pontuação inferior a 50,
correspondendo a nações com sérios problemas de corrupção.
Embora Angola (33), tal como em 2022, continue a ser um dos países que registou um avanço mais significativo (iguala a pontuação do ano passado, tendo subido 14 pontos desde 2018), mantém-se ainda muito distante do meio da tabela global, que pontua numa escala de 0 (percecionado como muito corrupto) a 100 (muito transparente).
Resultados de Portugal
A
edição de 2023 do Índice de Percepção da Corrupção,
publicado anualmente pela Transparency International, revela que o combate à
corrupção em Portugal continua a não avançar e tem falhas ao nível da
integridade na política.
No
Índice de Percepção da Corrupção 2023, Portugal, que é avaliado no conjunto dos
países da Europa Ocidental e União Europeia, obteve 61 pontos, fixando-se na
34ª posição em 180 países. Volta a igualar a pontuação registada em 2020, a
pior registada desde 2012, continuando abaixo do valor médio da sua região (65
pontos). Desde 2012 que Portugal apresenta variações anuais mínimas na sua
pontuação deste Índice.
Especificamente
sobre Portugal, o relatório da Transparency International coloca-o como um dos
países da Europa em que se registam falhas ao nível da integridade na política.
No entender da Transparency International, o facto de Portugal ter mergulhado
numa crise política quando o Primeiro-Ministro António Costa se demitiu na
sequência da detenção do seu chefe de gabinete, no âmbito da “Operação
Influencer”, é um exemplo de como os escândalos de integridade política
persistem, salientando a necessidade de serem reforçadas as regras relativas
aos conflitos de interesses, às normas éticas e à transparência no exercício de
funções públicas e nas atividades de lobbying. A Transparency International insta mesmo
Portugal a colocar como prioridade na agenda política uma regulamentação mais
rigorosa em matéria de lobbying, após vários anos de atrasos.
A
análise da Transparency International sobre os resultados do Índice de Percepção
da Corrupção 2023 analisa a forma como a injustiça e a corrupção se afetam
mutuamente em todo o mundo. De acordo com o Rule of Law Index, o mundo está a
registar um declínio no funcionamento dos sistemas de justiça. Os países com as
pontuações mais baixas neste Index têm também pontuações muito baixas no Índice
da Transparency International, o que revela uma clara ligação entre o acesso à
justiça e a corrupção. Tanto os regimes autoritários como os líderes
democráticos que minam a justiça contribuem para aumentar a impunidade da
corrupção e, nalguns casos, até a incentivam, ao eliminarem as consequências
para os infratores. Margarida Mano - Transparência Internacional Portugal
Resultado dos PALOP
Segundo
a edição deste ano do Índice de Percepção da Corrupção (CPI, na sigla em
inglês), elaborado pela Organização Não-Governamental Transparência
Internacional, em termos estatísticos Angola melhorou 14 pontos desde 2019,
fixando-se no 121º lugar entre 180 países e territórios e, na África
Subsaariana, no 21º entre os 49 Estados considerados.
O
relatório destaca que Angola adoptou medidas anti-corrupção, que aplicou
"de forma consistente” para recuperar bens roubados e responsabilizar
abertamente os alegados autores, através dos sistemas judiciais nacionais.
Angola
finalizou uma estratégia anti-corrupção para o período de 2018-2022 e estes
esforços, juntamente com outras reformas judiciais, conduziram à recuperação de
3,3 mil milhões de dólares (aproximadamente 2.747.250.000.000 de kwanzas) em
activos pelo Fundo Soberano, acrescenta-se no documento, citado, ontem, pela
RTP.
Contribuiu,
ainda, para a nota positiva atribuída a Angola os resultados divulgados muito
recentemente no processo de combate à corrupção, tendo a Direcção Nacional de
Recuperação de Activos da PGR, tornado público, na sua página oficial, os bens
recuperados em Angola e no exterior do país.
A
investigação e a acção penal contra altos funcionários culminaram, também, na
recuperação de cerca de sete mil milhões de dólares (5.827.500.000.000,00 de
kwanzas) em activos financeiros e tangíveis. A tendência nos últimos cinco anos
traduziu-se numa subida de sete pontos, e considerando os últimos 11 anos, a
melhoria é ainda mais significativa: 11 pontos.
O
CPI foi criado pela Transparência Internacional em 1995 e é, desde então, uma
referência na análise do fenómeno corrupção, a partir da percepção de
especialistas e executivos de negócios sobre os níveis de corrupção no sector
público.
Trata-se
de um índice composto, que resulta da combinação de fontes de análise de
corrupção desenvolvidas por outras organizações independentes e classifica de
zero (percepcionado como muito corrupto) a 100 pontos (muito transparente) 180
países e territórios. Em 2012, a organização reviu a metodologia usada para
construir o índice, de forma a permitir a comparação das pontuações de um ano
para o seguinte.
Moçambique e São Tomé descem, Guiné-Bissau e Cabo Verde
sobem
Moçambique
desceu cinco lugares e é o 35º Estado mais corrupto entre os 49 países
considerados da África Subsaariana, segundo o relatório. A nação do Índico
passou para 147º, entre 180, alcançando 25 pontos numa escala de zero a 100. A
tendência de Moçambique nos últimos cinco anos traduziu-se na perda de um ponto
e, considerando os últimos 11 anos, perdeu seis.
São
Tomé e Príncipe desceu três lugares e é, entre os 49 Estados considerados, o 7º
país menos corrupto da África Subsaariana, de acordo com o relatório. A edição
deste ano mostra que São Tomé e Príncipe passou para a 68ª posição, entre 180,
chegando aos 45 pontos numa escala de zero a 100. A tendência nos últimos cinco
anos traduziu-se na perda de um ponto e, considerando os últimos 11 anos,
averbou mais três.
A Guiné-Bissau subiu um lugar e é o 40º país mais corrupto entre os 49 da África Subsaariana. No índice global, galgou para 160º lugar, entre 180 países e territórios, obtendo 22 pontos, numa escala que vai de zero a 100, segundo o documento. A tendência nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de quatro pontos, mas, considerando os últimos 11 anos, perdeu três.
Já
Cabo Verde é o segundo país menos corrupto da África Subsaariana – depois das
Ilhas Seychelles –, e o 30º entre os 180 Estados e territórios considerados no
relatório. O país obteve 64 pontos e o relatório destaca que Cabo Verde
aprovou, recentemente, uma lei que cria uma plataforma electrónica para os
operadores judiciários, "a fim de reduzir atrasos e processos pendentes”.
A
tendência nos últimos cinco anos traduziu-se numa subida de seis pontos e,
considerando os últimos 11 anos, a melhoria foi de quatro pontos. In “Jornal
de Angola” - Angola
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