Mónica Marques ensina português na Austrália e tenta que as suas aulas “sejam as mais dinâmicas possíveis”, nomeadamente através da transmissão de música portuguesa, pois “a música é internacional, chega a todos”
“Eu
tento abordar a cultura portuguesa – falar de música, de gastronomia – para que
interajam com Portugal, porque saber falar português não é apenas transmitir a
gramática, tem também a ver com a cultura e é por isso que os meus alunos
gostam das aulas”, explicou em entrevista à agência Lusa.
Mónica
Marques nasceu em Sydney, na Austrália, filha de emigrantes portugueses. Aos
três anos foi viver para Setúbal, em Portugal. Em 2021, devido à conjuntura
económica do país, decidiu, juntamente com o seu marido e filho, regressar à
Austrália à procura de uma vida melhor. É licenciada em terapia ocupacional,
mas é no ensino que se sente realizada.
“Eu
não me vejo, a longo termo, na área em que estou agora: a terapia ocupacional.
Gostava, sinceramente, de enveredar pela área do ensino, ou comunicação, mas
sempre relacionado com o português”, referiu.
Durante
nove meses validou as suas competências profissionais como terapeuta
ocupacional na Austrália, período em que aproveitou também para avaliar se
seria viável enveredar pelo caminho do ensino.
Começou
por inserir-se nos grupos das redes sociais de portugueses na região e percebeu
que havia procura de portugueses que queriam transmitir a sua língua e cultura
aos descendentes, mas que em casa só falavam, habitualmente, inglês.
Ao
estar integrada nesses grupos das redes sociais, começou a criar conteúdos
digitais e a cativar a atenção das pessoas.
Em
2022 começou a dar explicações de português, que conjuga com o seu trabalho de
terapeuta.
Atualmente
tem alunos de todas as idades: quatro crianças, três adolescentes e 10 adultos
– dos quais duas australianas que, em contacto com portugueses, ganharam
curiosidade em aprender a língua.
Por
isso, as suas aulas são adaptadas a cada pessoa, consoante a sua faixa etária e
as suas necessidades.
“Neste
momento, tenho alunos em Brisbane, Camberra, em Melbourne e Parth”, disse.
“Para
sermos explicadoras – que aqui chamam tutora – não precisamos de nenhuma
qualificação, precisamos apenas de saber os conteúdos programáticos. Eu estou
inserida na escola virtual [da Porto Editora], que é de Portugal e dedicada a
todos os professores, com acesso aos conteúdos do programa curricular”,
explicou.
A
explicadora referiu ainda que começa sempre as suas aulas em inglês e vai
adicionando palavras portuguesas ao seu discurso ao fim de algumas aulas, para
os alunos começarem a assimilarem as palavras, o seu significado e como
pronunciá-las. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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