Uma
equipa de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (FCTUC) está a utilizar machine learning e inteligência artificial (IA)
para detetar os flares, erupções solares que são ainda imprevisíveis.
Nesta investigação internacional, desenvolvida no âmbito do projeto SWATNet, está também em construção uma base de dados com vários fenómenos solares, de acesso ao público. Os resultados obtidos até ao momento são bastante promissores.
De
acordo com Teresa Barata, investigadora do Departamento de Ciências da Terra
(DCT) da FCTUC e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), este
projeto pretende desenvolver avanços na compreensão física dos principais
agentes do clima espacial na Terra, através da Rede de Treinamento Inovador
Marie Skłodowska-Curie (MSCA ITN) no campo da heliofísica para treinar
investigadores em início de carreira.
«Fazem
parte deste projeto 12 alunos que estão a cobrir várias áreas de space weather
(interação entre o sol e a terra) e um dos alunos da FCTUC está a ter
resultados em relação à previsão de pré-flares. Se conseguirmos determinar os
pré-flares é possível, posteriormente, construir modelos de previsão e, dessa
forma, conseguimos emitir alertas», acredita a coordenadora do projeto na
FCTUC.
«Cada
vez mais as explosões solares têm impacto na terra. Não é que o sol esteja
diferente, mas nós temos mais tecnologia, estamos cada vez mais dependentes da
tecnologia espacial. Portanto, temos de saber como é que funciona o sol para
não sermos afetados», alerta a especialista, explicando que «os flares são uma
explosão solar que pode atingir a terra em apenas oito minutos, transportando
partículas energéticas que nos afetarão».
O
uso de redes neuronais para prever a velocidade do vento solar ou o início de
tempestades geomagnéticas remonta ao final dos anos 90, mas esses trabalhos
dependiam de um pequeno número restritivo de parâmetros. «A oportunidade única
para este estudo surge da riqueza de observações solares agora disponíveis e
dos recentes grandes avanços no conhecimento da IA e do machine learning,
abrindo novos horizontes para a utilização destas abordagens também para fins
climáticos espaciais», conclui a investigadora.
Além
disto, este projeto permite que os estudantes tenham também uma perceção do
mercado trabalho e do mundo empresarial. O SWATNet dá também aos 12 alunos a
oportunidade de fazer um treino com a duração de um mês num observatório solar
na Hungria, realizar intercambio entre instituições e também um estágio nas
empresas parceiras, que em Portugal é o Instituto Pedro Nunes (IPN) ESA Space
Solutions Portugal.
O
consórcio do projeto integra várias instituições de países como Bélgica,
Finlândia, Grécia, Hungria, Itália, Polónia, Portugal e Reino Unido, bem como
por diversas empresas reconhecidas na área. Universidade de Coimbra -
Portugal
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