Integrada nas comemorações do cinquentenário do 25 de Abril, a UCCLA vai acolher, no dia 31 de janeiro, às 18 horas, o lançamento oficial da obra “25 de Abril de 1974, Quinta-feira” da autoria do fotógrafo Alfredo Cunha.
A
obra, com a chancela das Edições Tinta-da-china, tem prefácio de Luís Pedro
Nunes, textos de Adelino Gomes, Carlos Matos Gomes e Fernando Rosas, e conta
com gravuras de Alexandre Farto/Vhils.
No
dia do lançamento, terá lugar a projeção do filme homónimo com banda sonora de
Rodrigo Leão.
O
lançamento do livro terá transmissão, em direto, através da página do Facebook
da UCCLA em:
https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa
Prefácio:
“Esta
é uma obra monumental, histórica e teoricamente impossível. Meio século depois
do 25 de Abril, consegue reunir o fotógrafo que esteve presente em quase todos
os momentos do dia e dos meses que se seguiram; o olhar do militar no terreno,
Carlos Matos Gomes, que pertenceu ao Movimento dos Capitães; o olhar do
repórter suspenso, Adelino Gomes, que perante o desenrolar dos acontecimentos
marca o momento em que nasce a liberdade de expressão, ao conseguir um
microfone emprestado para colocar a revolução no ar; e o do ativista na
clandestinidade, Fernando Rosas, hoje historiador jubilado. Juntos, analisam o
«momento zero» do dia primeiro, o seu desenrolar, os antecedentes, a conjuntura
e as ondas de choque que se seguiram e que tiveram um impacto profundo na
sociedade portuguesa, nomeadamente com as descolonizações e a chegada dos
«retornados» a um país em convulsão, ou com os momentos críticos em que
Portugal podia ter caído numa guerra civil. E pediram a Vhils para selar esta
obra, como se se tratasse de uma cápsula feita para enviar para o futuro, para
ser lida e vivida, dado ter sido escrita e fotografada por quem viveu
apaixonadamente uma revolução, mas, 50 anos depois, se prestou a depositar aqui
o seu testemunho analítico. Este livro não é um panfleto. É um testemunho que
pretende ser um exercício se não de total objetividade, pelo menos de
sinceridade.”
Luís
Pedro Nunes
Biografia do autor:
Alfredo Cunha
nasceu em 1953, em Celorico da Beira, Portugal. Em 1970 iniciou a carreira
profissional em fotografia publicitária e comercial. No ano seguinte estreou-se
como fotojornalista no jornal Notícias da Amadora. Colaborou com os jornais O
Século e O Século Ilustrado, com a revista Vida Mundial, com a Agência
Noticiosa Portuguesa - ANOP e com as agências Notícias de Portugal e Lusa. Foi
fotógrafo oficial dos Presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares, e
recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
No
jornal Público, foi editor fotográfico entre 1989 e 1997, e integrou o grupo
Edipresse como fotógrafo e editor. Em 2000 começou a trabalhar na revista
semanal Focus. Em 2002 colaborou com Ana Sousa Dias no programa televisivo Por
Outro Lado, da RTP2. Entre 2003 e 2009 foi fotógrafo e editor do Jornal de
Notícias. De 2010 a 2012 foi diretor fotográfico da Agência Global Imagens.
Atualmente trabalha como freelancer e desenvolve vários projetos editoriais.
Do
seu percurso destacam-se as séries de fotografia dedicadas ao 25 de Abril de
1974, à descolonização portuguesa em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, ao PREC (Processo Revolucionário
em Curso, 1974-1975), à queda de Nicolae Ceausescu, na Roménia (1989), e à
Guerra no Iraque (2003).
Publicou
diversos livros de fotografia, entre os quais “Raízes da Nossa Força” (1972),
“Vidas Alheias” (1975), “Disparos” (1976), “Naquele Tempo” (1995), “O Melhor
Café” (1996), “Porto de Mar” (1998), “77 Fotografias e Um Retrato” (1999),
“Cidade das Pontes” (2001), “Cuidado com as Crianças” (2003), “Cortina dos
Dias” (2012), “O Grande Incêndio do Chiado” (2013), “Os Rapazes dos Tanques”
(2014), “Toda a Esperança do Mundo” (2015), “Felicidade” (2016), “Fátima,
enquanto Houver Portugueses” (2017), “Mário Soares” (2017), “Retratos
1970-2018” (2018), “O Tempo das Mulheres” (2019), “A Cidade Que não Existia”
(2020), “Leica Years” (2020), “O Livro da Maia” (2021), “A Bênção dos Animais”
(2021) e “Porto: A Cidade das Pontes” (2022).
Sem comentários:
Enviar um comentário