A deputada Song Pek Kei considera que o aprofundamento do papel da RAEM como plataforma sino-lusófona requer ainda algumas melhorias, especialmente o aperfeiçoamento de políticas para que mais produtos dos países de Língua Portuguesa (PLP) possam ser exportados para o Interior da China através de Macau.
Numa
interpelação escrita, a deputada apontou que, embora no âmbito do Acordo de
Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e
Macau (CEPA) alguns alimentos já possam ser exportados para o Continente após
processamento em Macau, os complexos procedimentos de desalfandegamento e os
altos custos logísticos fazem com que muitas empresas acabem por não escolher
Macau como centro de transferência.
Citando
dados estatísticos, Song Pek Kei indicou que, nos primeiros quatro meses do ano
passado, o volume das importações da China provenientes dos países lusófonos
foi de 74 mil milhões de patacas, contudo, somente 1,3% envolveram
transferências em Macau, sendo esta taxa muito baixa até em comparação com
outras cidades chinesas.
“Ainda
há um certo caminho a percorrer antes de Macau se tornar num centro de
exportação ou reexportação entre a China e os países lusófonos”, lamentou.
Para
contrariar o cenário, Song Pek Kei instou o Governo da RAEM a reforçar as
negociações com as autoridades do Interior da China, procurando optimizar as
políticas, para facilitar a exportação ou reexportação dos produtos lusófonos
para o Interior da China via Macau.
Na
interpelação, a deputada ligada à Aliança de Povo de Instituição de Macau
mostrou-se ainda preocupada com a “paralisação” de um plano com vista a prestar
apoio complementar à redução do risco de comércio com os PLP mediante “apólice
bancária”, no âmbito do sistema de seguro de créditos à exportação, desde o
surto da pandemia. Através desse plano, seguradoras locais, sobretudo as
autorizadas a vender produtos de créditos à exportação, podem prestar serviços
de seguro para comércio de baixo risco com os PLP.
Para
a deputada, o Governo precisa de continuar a comunicar com seguradoras do
Interior da China, por forma a rever e aperfeiçoar, o mais rápido possível, o
respectivo sistema de seguro de créditos. Nesse sentido, quer saber a concreta
eficácia do plano e o andamento da revisão do sistema.
“À
medida que se vão aprofundar continuamente a cooperação industrial e as trocas
comerciais entre a China e os PLP, o Governo da RAEM deve proporcionar medidas
mais convenientes, de modo a trazer espaço de desenvolvimento e benefícios
económicos para a sociedade e a economia, através da construção da plataforma
sino-lusófona”, defendeu Song Pek Kei. In “Jornal
Tribuna de Macau” - Macau
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