Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Macau – Região instada a fomentar reexportações lusófonas

A deputada Song Pek Kei considera que o aprofundamento do papel da RAEM como plataforma sino-lusófona requer ainda algumas melhorias, especialmente o aperfeiçoamento de políticas para que mais produtos dos países de Língua Portuguesa (PLP) possam ser exportados para o Interior da China através de Macau.


Numa interpelação escrita, a deputada apontou que, embora no âmbito do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA) alguns alimentos já possam ser exportados para o Continente após processamento em Macau, os complexos procedimentos de desalfandegamento e os altos custos logísticos fazem com que muitas empresas acabem por não escolher Macau como centro de transferência.

Citando dados estatísticos, Song Pek Kei indicou que, nos primeiros quatro meses do ano passado, o volume das importações da China provenientes dos países lusófonos foi de 74 mil milhões de patacas, contudo, somente 1,3% envolveram transferências em Macau, sendo esta taxa muito baixa até em comparação com outras cidades chinesas.

“Ainda há um certo caminho a percorrer antes de Macau se tornar num centro de exportação ou reexportação entre a China e os países lusófonos”, lamentou.

Para contrariar o cenário, Song Pek Kei instou o Governo da RAEM a reforçar as negociações com as autoridades do Interior da China, procurando optimizar as políticas, para facilitar a exportação ou reexportação dos produtos lusófonos para o Interior da China via Macau.

Na interpelação, a deputada ligada à Aliança de Povo de Instituição de Macau mostrou-se ainda preocupada com a “paralisação” de um plano com vista a prestar apoio complementar à redução do risco de comércio com os PLP mediante “apólice bancária”, no âmbito do sistema de seguro de créditos à exportação, desde o surto da pandemia. Através desse plano, seguradoras locais, sobretudo as autorizadas a vender produtos de créditos à exportação, podem prestar serviços de seguro para comércio de baixo risco com os PLP.

Para a deputada, o Governo precisa de continuar a comunicar com seguradoras do Interior da China, por forma a rever e aperfeiçoar, o mais rápido possível, o respectivo sistema de seguro de créditos. Nesse sentido, quer saber a concreta eficácia do plano e o andamento da revisão do sistema.

“À medida que se vão aprofundar continuamente a cooperação industrial e as trocas comerciais entre a China e os PLP, o Governo da RAEM deve proporcionar medidas mais convenientes, de modo a trazer espaço de desenvolvimento e benefícios económicos para a sociedade e a economia, através da construção da plataforma sino-lusófona”, defendeu Song Pek Kei. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


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