A NATO Strategic
Communications Centre of Excellence (NATO StratCom) lançou o desafio a
especialistas em informática e sistemas inteligentes de todo o mundo: Como
detetar o uso malicioso de vídeos e fotografias na Internet e, com isso,
combater as mensagens extremistas? E a solução apresentada pela Universidade de
Aveiro (UA) acaba de ser a vencedora.
A proposta da UA foi uma das
três finalistas apresentadas na final do concurso no Centro de Excelência de
Comunicação Estratégicas da NATO, que decorreu em Riga, Letónia.
Para além da UA foram
apresentadas as outras duas propostas finalistas do concurso, um projeto da
Universidade de Torino, Itália, e outro de uma start-up da Lituânia.
A solução do Instituto de
Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro (IEETA) da UA e do respetivo
Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) sobressaiu.
Numa época em que as redes
sociais são cada vez mais usadas para difundir mensagens extremistas e onde
fotografias e imagens são manipuladas constantemente, a competição lançada pela
NATO StratCom desafiou investigadores de todo o mundo a apresentarem soluções
para combater uma realidade que a organização considera ser “um risco claro
para a segurança da Aliança Atlântica”.
“O objetivo da NATO é detetar
conteúdo malicioso em vídeos e fotos online.
Esse conteúdo pode ir desde propaganda política extremista até alterações ou
descontextualização de imagens”, explicou Daniel Canedo que – a par de António
Neves, José Luís Oliveira, Alina Trifan e Ricardo Ribeiro, todos especialistas
em informática do IEETA e do DETI – assina o projeto com que a equipa
portuguesa pretende ajudar a NATO StratCom.
A ideia apresentada pela
equipa da UA passa pelo desenvolvimento de um sistema capaz de analisar
imagens, sejam em formato vídeo, sejam em fotografia, em três grandes
dimensões, explica a universidade numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.
“Em primeiro lugar o sistema
quer esmiuçar os objetos. Os investigadores propõem-se a que no final da
análise todos os objetos presentes nas imagens estejam rastreados de forma a
que sejam ou não identificados aqueles que possam estar potencialmente ligados
a grupos extremistas”, acrescenta.
“O universo online é muito sensível a este tipo de
informação, especialmente porque a faixa etária predominante na Internet é a
mais jovem”, aponta Daniel Canedo, alertando que “facilmente se consegue moldar
uma mente jovem através da Internet, e quem cria este conteúdo malicioso está
bem ciente desse fenómeno”.
O dispositivo informático
permitirá também concluir se as imagens são originais ou se sofreram qualquer
tipo de manipulação. Por último, o ‘detetive’ da UA terá a capacidade de
analisar a informação extraída das imagens, enquadrada com as eventuais
mensagens que a possam acompanhar como posts ou comentários a elas ligados nas
redes sociais.
“Com base na informação
extraída das imagens e dos conteúdos textuais dos posts que possam estar
associados, o nosso sistema classificará o risco dessa informação utilizando
técnicas de mineração de dados (exploração de grandes quantidades de dados em
busca de padrões consistentes) e classificadores (treino de algoritmos para
aprenderem padrões e fazerem previsões a partir de dados)”, explicou Daniel
Canedo. Ana Grácio – Portugal in “Mundo
Português”
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