O
presidente da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) defendeu esta sexta-feira que a livre circulação de pessoas e
capitais, uma pauta aduaneira comum e um banco de desenvolvimento são
essenciais para projetar a comunidade
“A livre circulação de pessoas
e de capitais, uma pauta aduaneira comum, e um banco de desenvolvimento que
financie os investimentos dos empresários são essenciais para tornar a CPLP
numa potência mundial”, disse Mário Costa, em declarações à Lusa a propósito da
entrada em funções do novo secretário-executivo, o português Francisco Ribeiro
Telles, a 01 de janeiro.
“A nova visão estratégica da
CPLP, que passa por dar mais importância à parte económica, é muito bem vista
pelos chefes de Estado e de Governo, e isso ficou claro no Sal, quando Cabo
Verde assumiu a presidência da CPLP, elegendo o pilar económico como a
principal bandeira”, acrescentou o empresário e consultor.
Mário Costa considerou que “o
potencial económico e geoestratégico é enorme, quer em termos de recursos
naturais, quer das regiões económicas em cada um se insere”, lembrando que
Angola, que assume a presidência da CPLP em 2020, “já anunciou que a parte
económica seria o principal pilar”.
A evolução de uma comunidade
centrada na língua e na cultura, para uma comunidade mais focada na economia e
na vertente empresarial, marcou os últimos anos da CPLP, congratulou-se o
empresário: “Antes, há três ou quatro anos, as relações económicas eram
essencialmente bilaterais, mas depois começou um movimento de promoção dos
negócios, criando-se várias entidades, como a união de exportadores, a
federação de jovens empresários, e vão surgir mais porque as oportunidades são
enormes”, apontou.
Questionado sobre como, em
concreto, podem os Estado promover as trocas comerciais e os investimentos dos
empresários lusófonos nos países da CPLP, Mário Costa respondeu: “Para a CPLP e
os empresários se afirmarem como uma potência económica era importante que
houvesse uma política económica comum da CPLP, porque o que vemos agora são
concertações políticas e empresariais, mas o foco económico ainda não está
vincado, mesmo nos embaixadores dos países junto da CPLP”.
Para o empresário, que falou à
Lusa por telefone a partir de Luanda, “era importante haver uma direção comum
em termos económicos e os empresários iriam atrás, como por exemplo no caso da
livre circulação, que é essencial porque não se pode falar de negócios se não
se circular à vontade”.
A vontade política, salientou,
“já existe agora”, mas recordou que “dantes havia reservas, nomeadamente do
Brasil, mas isso agora mudou drasticamente, o Brasil não tem como dar para
trás, não há volta a dar na primazia do pilar económico”.
Com o Brasil empenhado,
concluiu, “a CPLP vai conseguir dar o impulso que faltava em termos
económicos”. “Agência Lusa”
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