Trata-se
do objeto espacial mais distante do Sistema Solar que a humanidade alguma vez
conseguiu alcançar
As doze badaladas da passagem
do ano para 2019 vão ser comemoradas com um sabor especial na NASA. É que a
sonda New Horizons pode chegar finalmente a Ultima Thule (2015 MU69),
considerado o objeto espacial mais longínquo que o Homem conseguiu alcançar, localizado
para além da órbita de Plutão.
O mais curioso é que a sonda
está a realizar uma missão para o qual nem foi concebida, já que foi lançada em
2006 em direção a Plutão, numa altura em que o Ultima Thule ainda não tinha
sido descoberto. Apenas em maio de 2009 foi detetado, após os astronautas
introduzirem uma câmara melhorada no telescópio espacial Hubble. Mas o corpo
celeste foi finalmente fotografado em junho de 2014, descrito como uma
“montanha” flutuante que orbita o Sol a mil milhões de milhas para lá de Plutão
(e a quatro mil milhões de milhas da Terra).
Será o primeiro encontro da
humanidade com este “novo mundo” marcado para o dia 1 de janeiro. Este contacto
tem entusiasmado a comunidade científica que não sabe o que esperar: “Se
soubéssemos o que esperar não estávamos a ir para Ultima Thule. É um objeto que
nunca visitámos antes”, refere o investigador científico Alan Stern ao Business
insider.
Segundo é explicado, Ultima
Thule encontra-se numa zona chamada Cintura de Kuiper, uma região descrita como
tendo uma luz solar tão fraca como a iluminação de uma Lua Cheia. Esta zona
longínqua e gelada agrega os vestígios da formação do sistema solar,
denominados por objetos da cintura de Kuiper (Kuiper Belt Objetcs - KBOs). Tal
como Plutão, o Ultima Thule é um desses corpos que se juga estar em órbita há
milhares de milhões de anos e que o seu estudo pode revelar como o Sistema
Solar evoluiu para formar planetas como a Terra. É considerado uma espécie de
“semente de planeta”.
Os cientistas consideram o
corpo celeste como uma espécie de cápsula do tempo com 4,5 mil milhões de anos.
É a primeira vez que assistem a um elemento que não é grande o suficiente para
ter suporte geológico como um planeta, mas ao mesmo tempo nunca foi posto em
perigo pelo Sol. Os cientistas afirmam que a passagem do New Horizons é o
equivalente astronómico a uma escavação arqueológica no Egito. “É como abrir
pela primeira vez o túmulo de um faraó e ver como era a cultura há mil anos
atrás, mas aqui é nos confins do Sistema Solar”, afirma o investigador…
Se tudo correr bem, as
primeiras imagens são esperadas no dia 1 de janeiro, cerca de 30 minutos depois
da famosa “bola” ser lançada no Times Square, em Nova Iorque. Rui Parreira – Portugal in “Sapo”
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