As empresas exportadoras
brasileiras economizarão R$ 44 bilhões por ano em seus custos logísticos com a
implantação do Portal Único do Comércio Exterior, de acordo com levantamento
preliminar divulgado hoje pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
O levantamento mostra que o
portal permitiu uma redução de 13 dias para 6,4 dias o tempo médio necessário
para a liberação de mercadorias. A estimativa de economia foi feita levando-se
em consideração que, para cada dia de atraso na liberação das mercadorias, as
empresas perdem 0,8% do valor exportado.
O novo processo de exportação
permitiu, de acordo com Rachid, reduzir a exigência de documentos ou declarações.
Em agosto de 2017, foram 831 551 documentos/declarações exigidas para a
liberação das mercadorias exportadas. Em agosto de 2018, o número caiu para
69.328 documentos/declarações - redução de 91,7%.
O Portal Único permite a
integração entre os diversos órgãos que atuam no comércio exterior,
possibilitando reduzir a quantidade de declarações e de informações prestadas
pelas empresas exportadoras aos órgãos de controle. Atualmente, 100% das
operações de exportação migraram para o novo processo.
Rachid informou que a Receita
iniciou o processo para a simplificação das importações. A meta, segundo ele, é
reduzir o tempo médio de importação de 17 dias para 10 dias. O potencial de
economia que será gerado pela redução de 7 dias no tempo de liberação de
mercadorias na importação atingirá cerca de R$ 30 bilhões para os importadores,
de acordo com dados divulgados pelo secretário.
Ao fazer ontem um balanço das
ações de simplificação adotadas até agora pelo governo, Rachid afirmou que o
prazo médio para o pagamento de tributos devidos pelas empresas no Brasil vai
cair das atuais 474 horas, estimado pela Fenacom, para apenas 240 horas, até
outubro do próximo ano.
O relatório Doing Business -
publicado anualmente pelo Banco Mundial e que avalia o grau de regulação de 190
economias ao redor do mundo - informa, em sua publicação de outubro passado,
que uma empresa necessita, no Brasil, de 1958 horas para pagar os tributos
devidos.
A Receita Federal questiona a
pesquisa do Doing Business e prefere adotar a pesquisa feita pela Federação
Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), que estimou em 474 horas o tempo
para a empresa pagar seus tributos.
Com a adoção do Sistema
Público de Escrituração Digital (Sped), o prazo médio para o pagamento de
tributos vem caindo continuamente, observou Rachid. Em 2018, Distrito Federal e
Pernambuco entraram no Sped, em relação à escrituração do ICMS/IPI, fazendo com
que o sistema agora abranja a totalidade das 27 unidades da Federação. Ribamar Oliveira – Brasil In “Valor
Econômico”
Sem comentários:
Enviar um comentário