A Finana foi criada há três
anos por Filomena Matimbe, que decidiu valorizar de outra forma um dos
alimentos mais consumidos em Moçambique.
«A banana é uma boa fruta e as
pessoas devem continuar a comê-la, mas encontrei outra alternativa de comer
banana, com mais nutrientes e melhor aproveitamento da fruta», disse a
empresária, de 54 anos, à agência Lusa.
Depois de se formar em
Administração e Gestão de Empresas em Chimoio, uma das regiões que mais produz
banana em Moçambique, Filomena voltou a Maputo, comprou uma “machamba”
(plantação) de banana e começou a desenvolver a sua ideia.
A transformação do fruto em
farinha permite aumentar a sua conservação (a banana só dura nove dias, mas a
farinha tem dois anos de validade) e até a casca, normalmente usada para a
alimentação animal, pode ser aproveitada.
«Este ano iniciei a produção
de farinha de banana com casca que tem mais nutrientes do que a farinha. Além
disso, consigo fazer todo o aproveitamento do fruto», eliminando o que seria
considerado lixo, adianta a responsável da Finana.
Para produzir a farinha
simples, a casca de banana é separada, seca e moída para fazer ração, enquanto
a linha de farinha integral incorpora a casca de banana, aumentando o nível de
nutrientes e os polifenóis (substâncias antioxidantes), que torna este alimento
«um aliado forte na luta contra o cancro», sublinha.
A Finana, que emprega 13
trabalhadores, compra 95% da banana (verde) que usa aos agricultores locais e
os restantes 5% são produzidos na pequena “machamba” de Filomena. Atualmente,
produz 500 quilos de farinha por dia, mas Filomena está à procura de
investidores para fazer crescer o negócio.
«Precisava de cerca de 300 mil
dólares para triplicar a produção diária e gostaria no futuro de construir uma
fábrica própria», sonha a gestora, que já investiu 110 mil dólares na empresa.
A farinha da Finana é vendida
sobretudo a organizações não-governamentais (ONG) que distribuem alimentos em
escolas e hospitais, mas chega também a cerca de 30 supermercados de Manhiça e
Maputo.
Atualmente dispõe de uma gama
de quatro produtos (farinha de banana com castanha, integral, simples e
biscoitos), mas Filomena continua a tentar inovar.
«Podemos fazer tudo com a
farinha, de bolos a esparguete», garante, acrescentando que esta experiência já
foi feita em Itália, com bons resultados. In
“Revista Port. Com” - Portugal com “Lusa”
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