Contando com o apoio
financeiro do Serviço de Conservação da Fauna do Quénia (KWS, na sigla inglesa)
e de organizações conservacionistas, o Plano Nacional de Recuperação e Acção
para Girafas visa combater a forte quebra na população destes animais no país,
que depois de ter contabilizado 45 mil exemplares em 1998 só conta agora com
cerca de 28850.
A estratégia foi apresentada
pelo Ministro do Turismo e Fauna, Najib Balala, que descreveu o plano como uma
“obrigação” para as instituições quenianas.
Para os próximos cinco anos, o
programa inclui cerca de 80 medidas destinadas a combater os principais
desafios que as girafas enfrentam: a destruição ou fragmentação do seu habitat,
a caça ilegal, as mudanças climáticas e as doenças contagiosas.
“Nesta tarefa, queremos
trabalhar guiados pela ciência e pelo conhecimento tradicional”, realçou o
presidente do KWS, John Waithaka, citado pela agência EFE.
Das nove subespécies de girafa
que habitam o continente africano, três – a masai, a reticulada e a de Rothschild
– vivem no Quénia, algo que transforma o país no epicentro da “diversidade” da
espécie, segundo o director-geral interino do KWS, Charles Musyoki.
Estes animais podem ser
encontrados nalgumas das reservas naturais mais importantes do país, como o Parque
Nacional de Amboseli (oeste), o Masai Mara (sul), Parque Nacional de Tsavo
(sudeste) e o Parque Nacional de Nairobi, mas representam menos de 10% do total
da população de girafas. A esmagadora maioria habita terrenos privados e
públicos.
Por isso, a nova estratégia
“compromete-se com as comunidades, os proprietários de terras e outros
colaboradores” e aposta numa “responsabilidade partilhada” do problema, disse
Waithaka.
Entre as metas estabelecidas
pelo programa, para os quais é especificado um período máximo de cumprimento
mas não uma dotação orçamentária concreta, destaca-se, por exemplo, a redução
da caça ilegal em 50% na próxima meia década. Nesse sentido, são especificada
medidas como uma aplicação mais rigorosa da lei contra o consumo de carne de
animais selvagens, promoção de iniciativas além-fronteiras com autoridades de
países vizinhos e pressionar o Governo central para o desarmamento de caçadores
ilegais em zonas onde vivem as girafas.
Para além disso, o plano
pretende ampliar o conhecimento e a pesquisa em torno destes mamíferos,
promover campanhas de sensibilização e uma supervisão médica regular das
girafas que vivem em cativeiro, para evitar o desenvolvimento de doenças.
As girafas ainda não foram
incluídas na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de
Flora e Fauna Silvestre (CITES, em inglês), por não existirem suficientes dados
sobre o comércio internacional com estes animais. No entanto, a lei queniana de
conservação de vida selvagem, de 2013, classifica-as como uma espécie em perigo
de extinção.
Os esforços do KWS e de
organizações ambientais estavam até agora focados noutras espécies, como o
elefante e o rinoceronte negro, mas actualmente “com o apoio político do
Ministério, não há desculpa para não enfrentar com audácia os problemas de um
dos ícones da África”, concluiu Waithaka. In
“Jornal Tribuna de Macau” -
Macau
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