A Região Administrativa
Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) recebeu na passada quinta-feira a obra do
novo aeroporto internacional do enclave timorense, o mais avançado de
Timor-Leste, com um custo total de quase 120 milhões de dólares.
O aeroporto tem uma pista de 2
200 metros de comprimento e de 45 metros de largura, com um 'stopway' pavimentado de 60 metros a cada
extremidade e uma zona de segurança adicional (RESA) de 90 metros, além de uma
faixa de 300 metros de largura de área de proteção, segundo informou à Lusa a
RAEOA.
A infraestrutura tem
capacidade para acolher aeronaves da categoria 4C - B737-800 ou A320-200
equivalente - inclui um terminal com capacidade para 250 mil passageiros anuais
e 500 passageiros a chegar e a partir em simultâneo.
O terminal tem 12 balcões de check-in e salas de embarque separadas
para voos domésticos e internacionais, mas que podem ser reconfiguradas
dinamicamente para acomodar diferentes necessidades.
A unidade conta com sistemas
modernos de comunicações, de salvamento e de informação meteorológica
automatizada.
Há ainda um terminal de carga
e um edifício para os Serviços de Quarentena e um edifício para albergar e
manter todos os equipamentos de apoio de placa que fazem parte do pacote de
construção e que permitem a assistência às aeronaves.
O aeroporto dispõe ainda de um
parque de combustíveis de aviação que pode ser expandido ao longo do tempo e
onde se podem armazenar 80 000 litros de Jet Fuel e 3000 litros de AVGAS 100LL
para aeronaves ligeiras de pistões.
A obra arrancou em março de
2015 e foi adjudicada à empresa indonésia PT Wijaya Karya com um valor inicial
de 79,8 milhões de dólares, revisto em junho de 2016 para 119,9 milhões, o seu
valor final.
Esse aumento de preço surgiu
depois de uma revisão ao projeto inicial realizado pela empresa ISQ que obrigou
a "alterações profundas" no projeto que se não tivessem sido feitas,
como foi anunciado na altura pelos responsáveis timorenses, teria inflacionado
a obra para um custo de entre 140 e 160 milhões.
Durante os próximos meses
ainda continuarão a decorrer trabalhos de finalização e correção de
equipamentos, mas a infraestrutura já pode começar a ser usada por passageiros
que, para já, continuam a ser limitados a voos domésticos.
O ato contratual, de 'entrega'
da infraestrutura, permite que parte do aeroporto possa já ser usado enquanto
decorrem as obras finais, explicaram responsáveis do projeto.
Com um custo total de quase
120 milhões de dólares o novo aeroporto amplia significativamente as condições
do acesso ao enclave que até 2015 era praticamente apenas por estrada e mar e
que, desde aí, tem permitido viagens áreas, ainda que com uma pista provisória.
Antes das mudanças
implementadas pela RAEOA, aterrar em Oecusse obrigava, muitas vezes, a afastar
vacas e porcos que pastavam nas ervas altas próximo de uma curta pista de terra
batida. Uma ligação com risco e cara: o único avião tinha que ser fretado.
Numa primeira fase do projeto,
e segundo documentação enviada pela RAEOA à Lusa, foi construída uma pista
temporária 750 por 23 metros, uma zona para estacionar duas pequenas aeronaves
e uma torre provisória. “Agência Lusa”
Há três anos publicámos: Timor-Leste - Novo aeroporto de
Oecusse
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