Portugal
vai gerir um programa da União Europeia (UE) dirigido à agricultura em Angola
no valor de 48 milhões de euros a investir na Huíla, no Namibe e no Cunene
A informação foi avançada pelo
ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís
Capoulas Santos, que ficou na capital angolana um dia além da visita oficial
efectuada pelo primeiro-ministro luso, António Costa.
"Trata-se de um programa
que terá um apoio da UE de 60 milhões de euros, em que 48 milhões são
destinados à agricultura e que serão centrados em três províncias do sul,
Huíla, Namibe e Cunene. Visa apoiar a agricultura familiar, criar condições de
vida e sustentabilidade agrícola e, ao mesmo tempo, concorrer para o combate às
alterações climáticas, porque, no território angolano, são as zonas mais
expostas", disse Capoulas Santos à Lusa.
O programa visa, "por um
lado, criar condições de vida aos seus agricultores e à pequena agricultura, em
particular, e, por outro lado, aumentar a produção nacional por forma a reduzir
as importações e até a gerar excedentes para exportação de alguns produtos para
os quais tem capacidades mais do que suficientes", esclareceu,
acrescentando que entre os dias 30 de Setembro e 12 de Outubro, estará em
Angola uma missão técnica para avaliar, nas três províncias, bem como em
Luanda, as prioridades a constar no âmbito do programa e de acordo com a
vontade do Governo Angolano.
Segundo o ministro da
Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, que deixa Luanda esta
noite, Portugal tem sido, até agora, um "grande exportador" para
Angola na área da agricultura, destacando o facto de, recentemente, Angola ter
começado a exportar produtos agrícolas para Portugal.
"Angola começou há muito
pouco tempo a exportar para Portugal. Ao fim de 40 anos, Angola exportou as
primeiras bananas para Portugal. A agricultura portuguesa e angolana não são
concorrentes, são complementares. Não tencionamos produzir em Portugal café,
amendoim ou frutos tropicais, assim como não estou a ver Angola com vocação
para plantar oliveiras ou a dedicar-se à produção de vinho", exemplificou.
"A cooperação é boa
quando funciona nas duas direcções, quer no investimento quer nas trocas
comerciais, e Angola tem um enorme potencial agrícola e Portugal está disposto
a receber produtos de Angola que, neste momento, importamos de outras partes do
mundo, com quem temos afinidades muito menores", sublinhou. In “Novo
Jornal” - Angola
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