O Fórum Macau vai organizar
entre os dias 9 e 18 de Outubro a Semana Cultural da China e dos Países de
Língua Portuguesa que este ano celebra o seu décimo aniversário, mantendo o
orçamento de nove milhões de patacas. Para assinalar a ocasião, o programa do
evento foi reforçado, com uma série de iniciativas que decorrerão na Doca dos
Pescadores. Como é já habitual, o programa inclui música, mostras de
artesanato, diversas obras de expressão plástica e gastronomia.
Ao todo, participam no evento
130 artistas convidados de Angola, do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Goa, Damão e Diu, bem
como de Macau e do distrito de Congjiang, da Província de Guizhou.
Ao nível da música, as
actuações vão dividir-se entre o Largo do Senado e a Doca dos Pescadores. Rui
Sangara, da Guiné-Bissau, e a Banda Circulô, do Brasil, o grupo artístico
folclórico do distrito de Songjiang de Guizhou e a “Moza Band” de Moçambique
estreiam o palco na Doca dos pescadores no dia 13 de Outubro. No dia seguinte
volta a actuar o grupo da China Continental, além de Paulo Flores, de Angola,
“Estrellas”, de Goa, Damão e Diu e “Black Jesuz”, de Timor-Leste.
Ao palco da Doca dos
Pescadores sobem ainda os D.A.M.A, de Portugal, Alex Dinho, de São Tomé e
Príncipe e Grace Évora & Banda, de Cabo Verde. Todos os músicos irão actuar
também no Largo do Senado entre os dias 15 e 17 de Outubro.
Na Doca dos Pescadores haverá
ainda espaço para a gastronomia com quatro
restaurantes a abrir as suas cozinhas a “chefs” dos Países Lusófonos, tanto à
hora de almoço como do jantar. O “Rio Grill & Seafood Market” recebe, entre
os dias 13 e 18 de Outubro, das 12:00 às 15:00 e das 18:00 às 23:00, os
cozinheiros vindos do Brasil e da Guiné-Bissau. Ao “Vic’s Restaurante” chegam
“chefs” de Angola, Portugal e Goa, Damão e Diu.
No restaurante “Praha” estará
em destaque a gastronomia de São Tomé e Príncipe e de Timor-Leste. A
“Brasserie” de Paris vai ser temporariamente ocupada por “chefs” que se dedicam
à cozinha de Cabo Verde, Moçambique e Macau.
Também na Península, no
Edifício do Antigo Tribunal, decorrerá a Mostra de Teatro dos Países e Regiões
de Língua Portuguesa. A representar Macau estará a “Dream Theater Association”,
com a peça “O Nosso Estaleiro Naval Victory”, que narra a história de um dos
estaleiros de Lai Chi Vun. Tam, uma das personagens da peça, cresceu como
aprendiz de um mestre de construção naval para tomar conta do negócio da
família, porém o seu sonho é quase destruído por um incêndio. Depois de 50 anos
de luta, Tam tem na cabeça todas as técnicas necessárias à construção naval,
porém, a indústria não existe mais.
A companhia “Elinga-Teatro”,
de Angola, apresenta a peça “A Última Viagem do Príncipe Perfeito”, um navio de
passageiros que fazia a rota entre Lisboa e Luanda até 1974/75. Do Brasil chega
o Núcleo Experimental Em Movimento que protagoniza a peça “Tempo P’ra Dizer”,
que se foca numa conversa entre duas actrizes.
“Fladu Fla”, de Cabo Verde,
apresenta “Menos Um”, uma adaptação do conto com o mesmo nome, integrado na
obra “Contra Mar e Vento” de Teixeira de Sousa. A mostra de teatro tem ainda
espaço para “A mulher é sagrada” de Os Cérebros de Quelele, da Guiné-Bissau. A
mostra decorre entre os dias 9 e 14 de Outubro.
Artes
plásticas e fotografia
Num campo artístico diferente,
a Semana Cultural inclui quatro exposições. Entre os dias 13 de Outubro e 11 de
Novembro estarão patentes, nas Casas-Museu da Taipa as exposições “Somos
Estrelas”, de Guilherme Mampuya, de Angola e “Orquestra Crioula” de Tuto Sousa,
de Cabo Verde.
Na galeria da residência do
cônsul-geral de Portugal em Macau será apresentada, entre os dias 12 de Outubro
e 8 de Novembro, uma mostra de Vítor Marreiros intitulada “China, Norte e Sul”.
A Galeria da Doca dos Pescadores vai receber entre 13 de Outubro e 4 de
Novembro a mostra “Pontos de Encontro, Pontes Intangíveis”, que reúne 150
fotografias de autores da China e dos Países de Língua Portuguesa.
Durante a apresentação do
evento, o secretário-adjunto do Fórum Macau indicado pelos Países de Língua
Portuguesa salientou que a Semana Cultural é “uma rotina já estabelecida” e que
o organismo que representa está empenhado em apostar na cooperação ao nível da
cultura.
Rodrigo Brum recordou ainda
que, aquando da reunião ordinária anual do Fórum Macau no início deste ano, o
embaixador do Brasil fez uma declaração referindo que “as questões culturais
são importantes porque servem para perceber a cultura empresarial e a cultura
empresarial está por detrás da realização de bons negócios e boas relações
entre os países”. Inês Almeida – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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