Cidade da Praia – As marcas da
assistência e do investimento chinês em Cabo Verde são hoje visíveis em várias
zonas do arquipélago e identificam-se em áreas como a saúde, educação,
segurança, cultura ou desporto, tendo contribuído para a melhoria das condições
de vida dos cabo-verdianos.
Apenas na cidade da Praia,
capital do país, é que estas marcas são facilmente identificadas, uma vez que
estão presentes nas principais obras da cidade, seja a nível da cooperação ou
do investimento privado.
Actualmente, distam poucos
metros duas obras emblemáticas com marca chinesa na capital cabo-verdiana: a
recuperação do edifício da Assembleia Nacional (com o apoio do governo chinês)
e a construção de um resort turístico e casino na praia da Gamboa (um
investimento privado do empresário chinês David Chow).
Os 42 anos de cooperação entre
a China e Cabo Verde, tida pelos dois países como um exemplo de amizade,
estendem-se a vários ramos e permitiram a melhoria das condições de vida dos
cabo-verdianos em áreas como a saúde (construção do bloco cirúrgico, maternidade
e central de consultas no Hospital Central da Praia), educação (construção de
escolas), agricultura (construção da Barragem do Poilão), habitação (construção
de moradias sociais), cultura (edificação do Auditório Nacional Jorge Barbosa e
recuperação da Biblioteca Nacional de Cabo Verde) ou desporto (construção do
Estádio Nacional).
Este apoio, orçado em muitos
milhões de euros, abrange ainda áreas como a segurança, de que é exemplo
recente a dotação de material tecnológico de controlo alfandegário para os
aeroportos.
Com os olhos no futuro, o
governo chinês avançou também com o financiamento das obras de construção do
Campus Universitário da Uni-CV, um conjunto de edifícios na cidade da Praia,
com a capacidade para milhares de alunos.
Graças a estas relações, a
China transformou-se num dos principais parceiros de Cabo Verde e os governos
têm reconhecido o seu apoio na elevação de importantes infraestruturas.
Por seu lado, a comunidade
chinesa em Cabo Verde também tem aumentado, assumindo importantes zonas
comerciais, nomeadamente em zonas históricas da capital, o que nem sempre
agrada ao comércio local.
Na agenda está agora a criação
da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente, um projecto que a China já
manifestou a intenção de financiar.
Em Maio do ano passado, o
ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou: “No âmbito da
nossa cooperação com Cabo Verde vamos prestar todos os apoios necessários para
criação da Zona Económica Exclusiva em São Vicente”.
Intenções que o Governo
cabo-verdiano espera que avancem durante o Fórum de Cooperação China-África
(FOFAC), que se realiza em Pequim, segunda e terça-feira.
Para o executivo de Cabo
Verde, a criação desta Zona Económica Exclusiva deverá intensificar a
cooperação sino-cabo-verdiana.
A delegação de Cabo Verde ao
FOCAC é composta pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que se fará
acompanhar do ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e Ministro da
Defesa, Luís Filipe Tavares, do ministro da Administração Interna, Paulo Rocha,
e do ministro da Economia Marítima, José Gonçalves. In
“Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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