Se
tem medo de ratos, então este texto não é para si. Após seis meses de expedição
à ilha tropical da Nova Guiné, František Vejmělka, um cientista checo conseguiu
captar, pela primeira vez, imagens do enigmático “rato-lanudo subalpino”, uma
espécie rara que pode atingir até 85 centímetros de comprimento e pesar cerca
de 2 quilos — o triplo do tamanho de um rato comum.
Com
o nome científico Mallomys istapantap, este roedor distingue-se pelos
seus pelos mais grossos, garras com cerca de 8 centímetros e dentes afiados.
Vive exclusivamente em zonas montanhosas e remotas do Monte Wilhelm a cerca de
3700 metros de altitude. Trata-se de um animal noturno, herbívoro, que passa o
dia escondido em tocas subterrâneas ou nas copas das árvores.
A
espécie foi descrita cientificamente em 1989, com base em espécimes preservados
em museus. Ainda não havia registos fotográficos — até à expedição conduzida
por František Vejmělka, da Academia de Ciências da República Checa, que
conseguiu finalmente captá-la em fotografia e vídeo. Como refere uma nota do
Biology Centre CAS, além das primeiras fotos e vídeos, o cientista também
registou as primeiras medições biométricas de machos e recolheu dados sobre a
dieta, parasitas, padrões de atividade, movimento e outros aspetos do estilo de
vida do animal.
“É
surpreendente que um animal com estas dimensões e características tenha
permanecido praticamente desconhecido da ciência”, afirmou o investigador ao
jornal Daily Mail. “Quantas espécies ainda estarão por descobrir nas
florestas tropicais de altitude?”, questionou.
“Se
não fossem os caçadores indígenas que me acompanharam nas montanhas e me
ajudaram a localizar os animais, jamais teria conseguido recolher estes dados”,
diz Vejmělka na nota do Centro de Biologia. Durante a sua expedição trabalhou
em estreita colaboração com diversas tribos locais enquanto pesquisava a
diversidade de mamíferos do Monte Wilhelm (4509 m), o pico mais alto de
Papua-Nova Guiné, da base ao cume.
Documentou
e identificou geneticamente 61 espécies de mamíferos não voadores (roedores e
marsupiais) encontrados ao longo da montanha.
A descoberta foi publicada na revista científica Mammalia e representa um contributo significativo para o conhecimento da biodiversidade ainda inexplorada das zonas montanhosas tropicais da Nova Guiné. In “Sustentix” - Portugal
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