A Universidade de Macau reuniu especialistas e
responsáveis de museus da região da Grande Baía, na passada sexta-feira, para
discutir o futuro do sector. O evento, denominado “Conferência de Intercâmbio
de Desenvolvimento de Museus da Zona da Grande Baía”, deu principal destaque à
inovação, à importância da cooperação regional e o papel dos museus na
construção de uma sociedade mais humanista, com o intuito de fortalecer o
património cultural da zona até Junho de 2025
Num
momento em que a cultura e a inovação ganham foco na procura por um
desenvolvimento sustentável, a Zona da Grande Baía tem-se destacado pelo
esforço em fortalecer o papel dos museus como agentes de transformação social,
como foi evidenciado na passada sexta-feira, dia 23 de Maio.
A
Universidade de Macau (UM) recebeu uma conferência de relevo dedicada ao futuro
do sector museológico na região, numa iniciativa que reflecte a ambição de
criar uma sociedade mais humanista, integrada e inovadora através do património
cultural. A organização do evento ficou a cargo do Instituto Cultural (IC) e da
UM, com o apoio do MGM.
No
âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Museus, celebrado a 18 de Maio,
o evento contou com a presença de peritos, académicos e dirigentes
institucionais de várias regiões da Grande Baía, incluindo Guangdong, Hong Kong
e Macau. O programa do dia incluiu diversas actividades, dando início com a
inauguração da exposição “Sobre os Livros” no Museu de Arte da UM, que reuniu
mais de 50 exemplares de livros antigos chineses e ocidentais, destacando a
relevância dos livros enquanto veículos de conhecimento e obras de arte. A
inauguração destacou o papel dos museus na preservação do património e na
promoção do conhecimento, como elementos fundamentais para a construção de uma
sociedade informada e culturalmente enriquecida.
A
conferência, presidida por figuras como Wan Sucheng, director do Departamento
de Publicidade e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em
Macau, e Choi Kin Long, presidente substituto do IC, abordou temas que revelam
o potencial dos museus na era da inovação tecnológica. Zhao Feng, membro do
Comité Executivo do Conselho Internacional de Museus, falou sobre o impacto das
novas tecnologias na museologia, destacando as oportunidades de inovação que
estas proporcionam para envolver públicos mais diversificados e ampliar o
acesso ao património cultural.
A
discussão aprofundou-se ainda na importância de fortalecer os intercâmbios
culturais na região da Grande Baía, com Feng Fangdan, da Direção dos Serviços
de Assuntos de Subsistência em Hengqin, a sublinhar a necessidade de uma maior
colaboração entre os diferentes sectores museológicos. Zhao Lifan,
vice-directora do Museu de Guangdong, apresentou uma visão sobre a evolução dos
museus na província, defendendo uma abordagem diversificada e de alta qualidade
para garantir a relevância e sustentabilidade destas instituições na nova era.
O
sector de Hong Kong também esteve presente com Lam Kwok Fai, do Museu do
Património de Hong Kong, que destacou a importância da tecnologia na
dinamização dos museus e na sua função de agentes culturais. Para os
responsáveis pela gestão de museus de menor dimensão, como Zhang Peng, membro
do Comité Permanente do Comité de Trabalho da Juventude da Associação dos
Museus da China, os desafios da reactivação e da inovação em museus pequenos e
micro-museus, são essenciais para garantir a sua sustentabilidade e impacto
social.
Por
sua vez, os docentes universitários Li Jun e Li Fan abordaram questões
relacionadas com a curadoria na era da globalização e a relação entre museus
universitários e o ensino superior, reforçando o papel formativo e educativo
destas instituições no contexto contemporâneo.
O
encontro foi também uma oportunidade para reforçar a cooperação regional, com a
participação de representantes de treze museus de cidades como Guangzhou,
Zhuhai e Shenzhen, empenhados em promover o intercâmbio de boas práticas e
estratégias inovadoras para o sector.
Num
esforço conjunto, Macau, Guangdong e Hong Kong pretendem consolidar uma região
culturalmente vibrante, onde os museus deixam de ser apenas locais de exposição
para assumirem funções de ponte entre o passado e o futuro; espaços
educacionais sobre tradição e inovação. A iniciativa integra-se numa série de
actividades que se estendem até meados de Junho, no âmbito do “Dia
Internacional dos Museus de Macau 2025”, promovendo o diálogo, o conhecimento e
a colaboração entre as diferentes instituições culturais.
Através
da modernização e cooperação internacional, a região da Grande Baía demonstra o
seu potencial cultural, destacando os museus como ferramenta poderosa para a
construção de uma sociedade mais humanista e consciente do seu património, como
delineado pelo Governo na página oficial dos “Museus de Macau”.
Numa
outra iniciativa museológica, que já arrancou no dia 19 de Maio, a exposição
“Corredor do Museu”, inserida na agenda do “Dia Internacional dos Museus de
Macau 2025”, decorre até dia 15 de Junho, com diversas outras actividades
distribuídas entre os vários museus de Macau. Elói Carvalho – Macau in “Ponto
Final”
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