As obras que actualmente decorrem na Escola Portuguesa de
Macau, concretamente o alargamento de algumas salas, poderão permitir um
ligeiro acréscimo do número de alunos no próximo ano lectivo. “Talvez mais uma
dezena, pouco mais do que isso”, disse ao Jornal Tribuna de Macau o presidente
do Conselho de Administração da EPM. Assim, para 2025/2026, o estabelecimento
de ensino poderá ultrapassar os 790 estudantes. Quanto à questão dos
professores, Jorge Neto Valente acredita que o concurso lançado para o
recrutamento de dois docentes em Portugal possa ficar concluído dentro em
breve, “isto se houver vontade de Portugal”. De resto, as propinas voltarão a
não ser aumentadas. No balanço do ano lectivo e na antevisão do próximo, Filipe
Figueiredo, presidente da Associação de Pais, espera que a “actual estabilidade
se mantenha, para bem do ensino e da aprendizagem”
A
Escola Portuguesa de Macau (EPM) poderá registar um ligeiro aumento no número
de alunos para o próximo ano lectivo, na sequência do alargamento de algumas
salas. As obras que actualmente decorrem nas instalações e que vão prosseguir
no período de férias, em Julho e Agosto, irão possibilitar “melhores
condições”, o que “permitirá um ligeiro crescimento no número total de
estudantes”, disse ao Jornal Tribuna de Macau o presidente do Conselho de
Administração da EPM.
Jorge
Neto Valente concretiza, dizendo que “talvez mais uma dezena de alunos, pouco
mais do que isso”, podendo atingir uma fasquia perto dos 790, contra 780 no ano
lectivo em curso. “A escola não tem muito mais por onde crescer, mas, com as
obras e umas salas mais bem arranjadas e ligeiramente alargadas, julgo que é
possível receber mais alguns alunos”, salienta.
As
obras estão a ser realizadas “dentro do calendário previsto”, revelou o líder
da Administração da EPM, adiantando estar à espera de aprovação de mais obras
para o próximo ano.
No
que respeita à desejada estabilidade a nível de professores, que provocou algum
desequilíbrio no ano passado e que se prolongou até sensivelmente Fevereiro
último, a EPM está a recrutar dois docentes de Portugal, um de matemática e
outro de geografia, ambos do ensino secundário.
O
concurso está em marcha e Jorge Neto Valente diz que há algum “feedback”,
com “algumas pessoas a fazer perguntas”, uma vez que o anúncio, para além de
ter saído em Macau, também se encontra no portal da Direcção-Geral da
Administração Escolar em Lisboa, organismo de ligação ao Ministério da Educação
que trata dos assuntos de recrutamento de pessoal e das licenças.
O
presidente do Conselho de Administração da EPM salienta que o concurso está a
ser feito mediante todas as regras, esperando que esses dois professores possam
vir para Macau, “isto se houver vontade de Portugal”. “Acredito que, como nós
só temos duas necessidades, o pedido seja aceite e não sejam levantadas
dificuldades por Portugal, com o argumento de que os professores fazem lá
falta”, sublinha, relembrando que o caso da EPM é especial, “diferente da
concessão de licenças de mobilidade de outras escolas no estrangeiro, como
Timor-Leste, Angola, entre outras”.
Portanto,
“isso terá de ser tido em conta, como aliás sucedia antigamente, com a
aprovação dos nossos pedidos a serem despachados em dois ou três dias”, atesta.
Caso
não seja possível recrutar em Portugal, a solução será contratar localmente,
como aconteceu já este ano com dois professores, um dos quais de economia. “O
problema é que é difícil encontrar em Macau professores com a qualidade que nós
desejamos”, expressa, mostrando, no entanto, esperança de que “tudo se possa
resolver”, porque a escola “precisa de professores que sejam bons”.
De
acordo com o anúncio da contratação, os candidatos têm de apresentar, como
requisitos de admissão, licenciatura com formação pedagógica / educacional para
a área, experiência profissional e experiência no exercício de funções docentes
em Portugal. Como aspectos a considerar na selecção, a entrevista, que será
feita via zoom, contará 40%, e a avaliação curricular-formação profissional 30%
e o mesmo valor para a experiência “adequada”, tendo em conta a área específica
e de acordo com o tempo de serviço em funções docentes. A experiência em
escolas de Macau é um critério preferencial.
Todo
o procedimento concursal é avaliado por um júri composto pelo director, um
elemento do Conselho de Administração da EPM e o coordenador/a da área
curricular.
Sobre
possíveis saídas, Jorge Neto Valente reconhece que “há sempre o receio de que
professores possam abandonar já muito perto do ano lectivo seguinte”. “Mas,
espero que isso não aconteça e que 2025/2026 arranque da melhor maneira”,
frisou.
Esperança na estabilidade
Esta
esperança é corroborada pelo presidente da Associação de Pais e Encarregados de
Educação (APEPM). “Que não haja os impasses verificados no ano passado”, diz
Filipe Figueiredo, para quem “à partida nada aponta para isso”.
Aludindo
ao concurso que está a ser feito para o recrutamento de dois docentes, o
dirigente afirma que “as coisas estão a ser tratadas de uma outra forma para
evitar precisamente o que aconteceu no ano passado”.
Num
balanço ao ano lectivo que termina em Junho, Filipe Figueiredo lembra que foi
“um ano atípico com a falta de professores, situação que se prolongou
sensivelmente até ao início das actividades após o Ano Novo Chinês, mas que
depois estabilizou”.
O
corpo docente e os novos professores contratados “correspondem às
expectativas”, defende, considerando que “o mais importante é que eles ensinem,
que os alunos aprendam, aprendam bem, e que a actual estabilidade se mantenha,
para bem do ensino e da aprendizagem”.
Sobre
o possível aumento, ainda que ligeiro, do número de alunos para o próximo ano,
o número um da APEPM confirma que “com as obras vai-se ganhar pelo menos mais
uma sala, ainda que o número de turmas se mantenha”. Reconhece que algumas
salas “não têm as melhores condições”, pelo que os melhoramentos que se
verificarem são “importantes” nesse sentido, podendo oferecer melhores
condições aos alunos e facilitar o ensino e a aprendizagem”.
Propinas (ainda) sem aumento
Noutra
vertente do funcionamento do estabelecimento de ensino, as propinas voltarão a
não sofrer qualquer aumento no ano lectivo que irá começar em Setembro, o que
acontecerá pelo terceiro ano consecutivo.
A
confirmação foi dada por Jorge Neto Valente ao JTM. “Eu gostava de manter, mas
talvez este seja o último ano em que não iremos aumentar as propinas”. Depois,
assume, “teremos de o fazer, caso contrário não poderemos aumentar os
professores”.
As
propinas “baratas”, sublinha o responsável, são igualmente uma das razões da
procura dos pais pela escola para ali colocarem os seus filhos a estudar, “por
isso a procura continua a ser grande”.
Quanto
aos telemóveis, “ainda não há recomendações”, frisa, mencionando que “será mais
fácil implementar o mesmo que em Portugal”, ou seja, até uma certa idade não se
poderá utilizar o aparelho dentro das instalações da escola. Sobre a reacção
dos pais, Jorge Neto Valente afirma que “eles têm direito a ser ouvidos sempre,
a expor as suas opiniões a toda a hora, no entanto, não podem impor a sua
opinião pessoal a todas as outras pessoas da escola”, conclui. Vítor Rebelo –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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