Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Macau - Número de alunos na Escola Portuguesa de Macau poderá subir ligeiramente no próximo ano

As obras que actualmente decorrem na Escola Portuguesa de Macau, concretamente o alargamento de algumas salas, poderão permitir um ligeiro acréscimo do número de alunos no próximo ano lectivo. “Talvez mais uma dezena, pouco mais do que isso”, disse ao Jornal Tribuna de Macau o presidente do Conselho de Administração da EPM. Assim, para 2025/2026, o estabelecimento de ensino poderá ultrapassar os 790 estudantes. Quanto à questão dos professores, Jorge Neto Valente acredita que o concurso lançado para o recrutamento de dois docentes em Portugal possa ficar concluído dentro em breve, “isto se houver vontade de Portugal”. De resto, as propinas voltarão a não ser aumentadas. No balanço do ano lectivo e na antevisão do próximo, Filipe Figueiredo, presidente da Associação de Pais, espera que a “actual estabilidade se mantenha, para bem do ensino e da aprendizagem”



A Escola Portuguesa de Macau (EPM) poderá registar um ligeiro aumento no número de alunos para o próximo ano lectivo, na sequência do alargamento de algumas salas. As obras que actualmente decorrem nas instalações e que vão prosseguir no período de férias, em Julho e Agosto, irão possibilitar “melhores condições”, o que “permitirá um ligeiro crescimento no número total de estudantes”, disse ao Jornal Tribuna de Macau o presidente do Conselho de Administração da EPM.

Jorge Neto Valente concretiza, dizendo que “talvez mais uma dezena de alunos, pouco mais do que isso”, podendo atingir uma fasquia perto dos 790, contra 780 no ano lectivo em curso. “A escola não tem muito mais por onde crescer, mas, com as obras e umas salas mais bem arranjadas e ligeiramente alargadas, julgo que é possível receber mais alguns alunos”, salienta.

As obras estão a ser realizadas “dentro do calendário previsto”, revelou o líder da Administração da EPM, adiantando estar à espera de aprovação de mais obras para o próximo ano.

No que respeita à desejada estabilidade a nível de professores, que provocou algum desequilíbrio no ano passado e que se prolongou até sensivelmente Fevereiro último, a EPM está a recrutar dois docentes de Portugal, um de matemática e outro de geografia, ambos do ensino secundário.

O concurso está em marcha e Jorge Neto Valente diz que há algum “feedback”, com “algumas pessoas a fazer perguntas”, uma vez que o anúncio, para além de ter saído em Macau, também se encontra no portal da Direcção-Geral da Administração Escolar em Lisboa, organismo de ligação ao Ministério da Educação que trata dos assuntos de recrutamento de pessoal e das licenças.

O presidente do Conselho de Administração da EPM salienta que o concurso está a ser feito mediante todas as regras, esperando que esses dois professores possam vir para Macau, “isto se houver vontade de Portugal”. “Acredito que, como nós só temos duas necessidades, o pedido seja aceite e não sejam levantadas dificuldades por Portugal, com o argumento de que os professores fazem lá falta”, sublinha, relembrando que o caso da EPM é especial, “diferente da concessão de licenças de mobilidade de outras escolas no estrangeiro, como Timor-Leste, Angola, entre outras”.

Portanto, “isso terá de ser tido em conta, como aliás sucedia antigamente, com a aprovação dos nossos pedidos a serem despachados em dois ou três dias”, atesta.

Caso não seja possível recrutar em Portugal, a solução será contratar localmente, como aconteceu já este ano com dois professores, um dos quais de economia. “O problema é que é difícil encontrar em Macau professores com a qualidade que nós desejamos”, expressa, mostrando, no entanto, esperança de que “tudo se possa resolver”, porque a escola “precisa de professores que sejam bons”.

De acordo com o anúncio da contratação, os candidatos têm de apresentar, como requisitos de admissão, licenciatura com formação pedagógica / educacional para a área, experiência profissional e experiência no exercício de funções docentes em Portugal. Como aspectos a considerar na selecção, a entrevista, que será feita via zoom, contará 40%, e a avaliação curricular-formação profissional 30% e o mesmo valor para a experiência “adequada”, tendo em conta a área específica e de acordo com o tempo de serviço em funções docentes. A experiência em escolas de Macau é um critério preferencial.

Todo o procedimento concursal é avaliado por um júri composto pelo director, um elemento do Conselho de Administração da EPM e o coordenador/a da área curricular.

Sobre possíveis saídas, Jorge Neto Valente reconhece que “há sempre o receio de que professores possam abandonar já muito perto do ano lectivo seguinte”. “Mas, espero que isso não aconteça e que 2025/2026 arranque da melhor maneira”, frisou.

Esperança na estabilidade

Esta esperança é corroborada pelo presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação (APEPM). “Que não haja os impasses verificados no ano passado”, diz Filipe Figueiredo, para quem “à partida nada aponta para isso”.

Aludindo ao concurso que está a ser feito para o recrutamento de dois docentes, o dirigente afirma que “as coisas estão a ser tratadas de uma outra forma para evitar precisamente o que aconteceu no ano passado”.

Num balanço ao ano lectivo que termina em Junho, Filipe Figueiredo lembra que foi “um ano atípico com a falta de professores, situação que se prolongou sensivelmente até ao início das actividades após o Ano Novo Chinês, mas que depois estabilizou”.

O corpo docente e os novos professores contratados “correspondem às expectativas”, defende, considerando que “o mais importante é que eles ensinem, que os alunos aprendam, aprendam bem, e que a actual estabilidade se mantenha, para bem do ensino e da aprendizagem”.

Sobre o possível aumento, ainda que ligeiro, do número de alunos para o próximo ano, o número um da APEPM confirma que “com as obras vai-se ganhar pelo menos mais uma sala, ainda que o número de turmas se mantenha”. Reconhece que algumas salas “não têm as melhores condições”, pelo que os melhoramentos que se verificarem são “importantes” nesse sentido, podendo oferecer melhores condições aos alunos e facilitar o ensino e a aprendizagem”.

Propinas (ainda) sem aumento

Noutra vertente do funcionamento do estabelecimento de ensino, as propinas voltarão a não sofrer qualquer aumento no ano lectivo que irá começar em Setembro, o que acontecerá pelo terceiro ano consecutivo.

A confirmação foi dada por Jorge Neto Valente ao JTM. “Eu gostava de manter, mas talvez este seja o último ano em que não iremos aumentar as propinas”. Depois, assume, “teremos de o fazer, caso contrário não poderemos aumentar os professores”.

As propinas “baratas”, sublinha o responsável, são igualmente uma das razões da procura dos pais pela escola para ali colocarem os seus filhos a estudar, “por isso a procura continua a ser grande”.

Quanto aos telemóveis, “ainda não há recomendações”, frisa, mencionando que “será mais fácil implementar o mesmo que em Portugal”, ou seja, até uma certa idade não se poderá utilizar o aparelho dentro das instalações da escola. Sobre a reacção dos pais, Jorge Neto Valente afirma que “eles têm direito a ser ouvidos sempre, a expor as suas opiniões a toda a hora, no entanto, não podem impor a sua opinião pessoal a todas as outras pessoas da escola”, conclui. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


Sem comentários:

Enviar um comentário