O diretor executivo do Ministério da Tecnologia da
Informação e Comunicação, Audrin Mathe, diz que a Namíbia celebrará o primeiro
Dia da Memória do Genocídio nos Jardins do Parlamento
O
dia será comemorado em memória das atrocidades cometidas pela Alemanha contra
os Nama e Ovaherero há mais de 100 anos.
Em
declarações à Desert FM nesta terça-feira, Mathe disse que o evento será
oficialmente reconhecido como feriado público, nas proximidades do Alte Feste,
um dos locais onde essas atrocidades foram cometidas.
"A
Alte Feste, como vocês devem se lembrar, é bem perto dos Jardins do Parlamento.
Como este é um evento inaugural, o evento acontecerá lá e então tomaremos
decisões sobre onde serão os próximos eventos", disse ele.
Segundo
Mathe, o planeamento para este evento inaugural está em andamento há semanas,
se não meses. Ele afirmou que há planos para falar diretamente com as
comunidades afetadas.
Ele
disse que o governo tem conversado com os líderes tradicionais dessas
comunidades para que o evento se torne inclusivo e reconheça as atrocidades
cometidas.
“Mas,
à medida que nos aproximamos do final da semana, início da próxima, devemos
estar em condições de divulgar mais detalhes, especificamente sobre a
programação e quem falará. Por enquanto, basta dizer que a nossa liderança
nacional estará presente. Os líderes das comunidades afetadas também estarão
presentes”, disse Mathe.
Ele
acrescentou que o Dia da Memória do Genocídio percorreu um longo caminho desde
as discussões em torno dele em 2016, levando o governo a anunciar em 2024 que o
dia seria reconhecido e comemorado em 28 de maio de 2025 pela primeira vez.
"Quase
80% do povo Nama foi exterminado durante aquele genocídio, e os Ovaherero foram
reduzidos a 50% da população. Não foi apenas o massacre, mas também a
distribuição de terras que criou a pobreza nacional entre a população",
disse Mathe.
Ele
acrescentou que as pessoas foram retiradas de suas terras, presas e levadas
para o deserto para morrer.
Mathe
encorajou as pessoas a encontrarem maneiras apropriadas de reconhecer a
importância do Dia da Memória do Genocídio, incentivando ainda os cidadãos a
aproveitarem a oportunidade para refletir sobre o fato de que já se passaram 35
anos desde a independência e nem todos têm acesso à terra.
“Desde
1990, o governo tenta comprar terras e ajudar os afetados, mas os preços
frequentemente triplicam quando vendidos ao estado. Terrenos no valor de N$ 4
milhões de repente custam N$ 12 milhões. Precisamos de um diálogo honesto sobre
como o governo pode adquirir e distribuir terras de forma acessível”, disse
Mathe. Feni Hiveluah – Namíbia in “The Namibian”
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