Sistema
ferroviário da Beira, Moçambique, alvo de obras de grande dimensão
O sistema ferroviário da
Beira, no centro de Moçambique, está a ser alvo de obras de grande dimensão que
pretendem conferir maior segurança às composições que transportam carga diversa
e passageiros, afirmou o director da Brigada de Reconstrução da Linha de Sena
(BRLS).
O sistema é constituído
pelas linhas do Sena, inaugurada em 1914 pela então companhia britânica
Trans-Zambeze Railways numa extensão de 575 quilómetros, incluindo o ramal
Inhamitanga-Marromeu, entre a estação ferroviária do Dondo, em Sofala e a vila
carbonífera de Moatize, em Tete, e de Machipanda, criada no longínquo ano de
1897 pelos Caminhos de Ferro da Beira numa extensão de 317 quilómetros que liga
o porto da Beira à vila fronteiriça de Machipanda, em Manica, com o vizinho
Zimbabué.
Sob a direcção da Brigada de
Reconstrução da Linha de Sena, as obras a serem executadas pelo consórcio
português Mota-Engil e Edvisa (do Grupo Visabeira), avaliadas em 163 milhões de
euros para o aumento da capacidade da via de 6,5 milhões para 20 milhões de
toneladas por ano até Fevereiro do próximo ano, são preliminarmente descritas
pela estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) como sendo
tecnicamente de boa qualidade.
Dizendo que se reduziram de
forma considerável os descarrilamentos que eram frequentes, principalmente na
linha de Machipanda, o director da BRLS, Elias Xai-Xai, disse ao jornal
Notícias, de Maputo que o projecto principal actualmente em execução é o
aumento da capacidade da linha do Sena para os referidos 20 milhões de
toneladas.
“Mas ainda este mês vão
iniciar-se os estudos de viabilidade para recuperar o ramal que, a partir da
linha do Sena, segue até à Vila Nova de Fronteira com o vizinho Malawi para
posterior elaboração do projecto de pormenor”, acrescentou Xai-Xai.
Relativamente à linha de
Machipanda está a decorrer um estudo de viabilidade e elaboração de um projecto
executivo para a sua recuperação, tendo o respectivo contracto sido assinado em
Junho passado com entrega prevista para nove meses mais tarde.

A linha de Machipanda, por
seu turno, tem relativamente pouco tráfego com uma média de um comboio por dia
mas Elias Xai-Xai disse estar a decorrer um estudo de viabilidade no sentido da
sua recuperação.
“Depois dessas obras, a
linha de Machipanda verá a sua capacidade triplicada para 3 milhões de
toneladas/ano, pelo que estamos a prever a reintrodução de um comboio de
passageiros”, disse Xai-Xai. In “Webrails.tv” - Portugal
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