Um
dessalinizador solar de baixo custo de implantação e manutenção,
com capacidade para produzir água potável sem uso de eletricidade e
livre de produtos químicos, tornou-se um aliado de famílias do
semiárido da Paraíba, que enfrentam longas estiagens e sofrem com
escassez de água de boa qualidade.
O
modelo já atendeu a cerca de 300 famílias e está disponível em um
banco
de tecnologias online disponibilizado
pela Fundação Banco do Brasil. As tecnologias podem ser replicadas
gratuitamente, por qualquer pessoas e em qualquer parte do país.
A
tecnologia do dessalinizador, divulgada pela Fundação, foi
desenvolvida em uma parceria da Cooperativa de Trabalho Múltiplo de
Apoio às Organizações de Autopromoção e da Universidade Estadual
da Paraíba (UEPB).
O
dessalinizador consiste em uma caixa construída com placas
pré-moldadas de concreto e cobertura de vidro que deixa passar a
radiação solar. Dessa forma, a construção possibilita o aumento
da temperatura dentro da caixa e a evaporação da água armazenada
em uma lona encerada comum, do tipo usada em caminhões.
"Os
poços que a gente perfura, quase em sua totalidade, têm água
salobra, água salgada, o que não serve para o consumo humano.
Então, desenvolvemos junto com a UEPB essa tecnologia para
exatamente fazer com que essa água salgada se tornasse uma água
ideal para o consumo humano," contou Jonas Marques Neto,
presidente da cooperativa.
"O
primeiro impacto que o dessalinizador gerou foi maior solidariedade
ainda entre eles [agricultores], porque um dessalinizador desse serve
para quatro ou cinco famílias, não é uma questão individual. Dá
uma média de 80 litros de água por dia, que é distribuída entre
eles. Nós [da cooperativa] não temos o menor poder sobre isso, eles
é que têm o verdadeiro poder e eles é quem dizem como vai ser
dividida essa água," acrescentou.
Outro
benefício da implementação dessa tecnologia é que as pessoas
conseguem manter seu modo de vida no semiárido, desenvolver as
atividades e sustentar as famílias sem precisar migrar para
conseguir oferta de água potável, nem recorrer a subempregos nos
centros urbanos.
Tecnologias
sociais
Responsável
por um Banco de Tecnologias Sociais - uma base de dados com mais de
900 soluções para problemas sociais nascidas da sabedoria popular e
do conhecimento científico -
A
Fundação Banco do Brasil afirma que seu banco de tecnologias
sociais já beneficiou cerca de 130 mil pessoas no país inteiro, em
444 municípios, por meio de um total de 389 projetos. Os projetos
tiveram investimento total de R$ 156,3 milhões.
Todas
as tecnologias sociais do banco fazem referência aos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações
Unidas (ONU) e podem ser acessadas no endereço
http://tecnologiasocial.fbb.org.br.
A
fundação está com inscrições abertas para certificação de
novas tecnologias sociais, com a possibilidade de concorrerem a
prêmios em dinheiro. Podem participar entidades sem fins lucrativos,
do Brasil ou de outros países da América Latina ou do Caribe. In
“Inovação
Tecnológica” - Brasil com
“Agência Brasil”
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