Foi
a 24 de Junho de 1622 que os holandeses bateram em retirada de Macau, depois de
uma tentativa frustrada de invasão. “Foi nesse dia que as forças de Macau
infligiram uma derrota bastante contundente à força expedicionária invasora”,
recorda Miguel de Senna Fernandes. Este episódio histórico vai estar em análise
no Instituto Internacional de Macau (IIM), num serão que conta com a presença
do presidente da Associação dos Macaenses e de Wong Un Na
A 22 de Junho de 1622, as
forças holandesas tentaram invadir Macau, dois dias depois bateram em retirada.
O episódio fez com que o dia 24 de Junho fosse celebrado como o Dia da Cidade
até 1999. No próximo dia 27 de Abril, o Instituto Internacional de Macau (IIM)
vai organizar um serão sobre o acontecimento que, segundo Miguel de Senna
Fernandes, “continua a marcar Macau”. Além do presidente da Associação dos
Macaenses (ADM), a mesa redonda vai ainda contar com Wong Un Na, licenciada em
Engenharia Civil pela Universidade de Macau, com mestrado em Estudos
Portugueses e doutoramento em História pela Universidade de São José, e
habitual colaboradora do instituto.
Neste “serão macaense”, como é
descrito pela organização, vai-se falar também do Dia de São João Baptista, que
se celebra precisamente nesse dia. “Dia 24 de Junho é dia de São João e foi
nesse dia que as forças de Macau infligiram uma derrota bastante contundente à
força expedicionária invasora”, começa por explicar Miguel de Senna Fernandes
ao Ponto Final.
O presidente da ADM
contextualiza o evento histórico: “Os portugueses, na última metade do séc. XVI
tiveram praticamente o monopólio do comércio da seda”, mas “nessa altura
assistimos a uma rápida expansão holandesa pelos mares, os holandeses andaram
atrás dos portos portugueses. No fundo, não era mais do que uma demonstração de
força a ver se substituíam os portugueses”. Macau era um dos pontos que estava
na mira dos holandeses, para que pudessem ficar com um ponto estratégico no
comércio da seda. “Portugal, em meados do séc. XVII, já notava o declínio do
poderio dos mares e, rapidamente, Portugal foi ultrapassado”, conta Miguel de
Senna Fernandes. “Macau não estava fortificada, era uma presa fácil para
qualquer força expedicionária” e, assim, “os holandeses viram o alvo certo na
altura certa para atacar”.
Os holandeses avançaram e a
resposta das forças portuguesas fez com que a 24 de Junho os holandeses
abandonassem Macau. “Quatro navios foram afundados, muito holandês morreu”,
recorda Miguel de Senna Fernandes.
Até 1999, este dia serviu para
celebrar o Dia da Cidade. Apesar de o dia da RAEM se comemorar agora a 20 de
Dezembro, “esse dia continua a marcar Macau”. “São coisas que ficam, coisas que
a história exige que nós mantenhamos”, refere Senna Fernandes.
A sessão será conduzida em
língua chinesa e tem como objectivo “estimular o conhecimento dos jovens sobre
a história de Macau e de acontecimentos importantes que moldaram Macau”, diz o
comunicado da organização. Depois serão projectados dois vídeos, um deles
produzido pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e outro
pela Casa de Portugal. Ainda no âmbito desta iniciativa, nos dias 4 e 5 de Maio
será realizada uma visita guiada aos locais mais simbólicos de Macau
relacionados com o tema do serão do dia 27 de Abril. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”
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