E
se a vacina da gripe fosse substituída por pastilhas efervescentes? A ideia
nasceu na Universidade de Aveiro (UA). À base de vitamina C e de uma mão cheia
de minerais, o ingrediente secreto das super-pastilhas está nos anticorpos
retirados das gemas dos ovos das galinhas. Sem as contraindicações das vacinas que
todos os anos têm de ser reformuladas e sem a agulha invasiva, as pastilhas
querem revolucionar o combate à gripe. Assim haja financiamento
Os anticorpos IgY – assim se
chamam os ingredientes chave das pastilhas efervescentes - são produzidos
exclusivamente por aves, estando concentrados nas gemas dos ovos. Proteínas que
atuam no sistema imunológico como defensoras do organismo, apontam os
investigadores do Departamento de Química (DQ) da UA, é possível manipulá-los
de forma a torná-los armas eficazes no combate ao Influenza, o vírus causador
da gripe.
A ideia de incorporar os
anticorpos IgY em pastilhas efervescentes foi desenvolvida por Marguerita Rosa,
Emanuel Capela e Mariam Kholany, estudantes do Doutoramento em Engenharia
Química do DQ e do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro da UA.
“Espera-se que estes
anticorpos não espoletem reações inflamatórias no sistema imunitário humano,
diminuindo passivamente a carga viral da pessoa afetada”, explicam os
investigadores que deixam uma garantia: “Uma pastilha por dia é o que desejamos
alcançar para manter a proteção ao longo do tempo de maior incidência do vírus
da gripe”.
Com a tecnologia e os
conhecimentos científicos necessários para acabarem com o Influenza, os jovens
investigadores querem criar um produto nutracêutico revolucionário e inovador
para combater o vírus da gripe. “A nossa ideia passa por desenvolver pastilhas
efervescentes contendo anticorpos da gema do ovo específicos para as proteínas
membranares constantes do vírus, e suplementadas com vitamina C e outros
minerais para reforçarem o sistema imunitário”, explicam.
“Trata-se de um método
passível de ser utilizado por toda a população e não apenas por doentes de
risco, tendo a vantagem de ser não-invasivo quando comparado com a vacinação
tradicional”, garantem.
O projeto dos estudantes da UA
foi mesmo um dos doze finalistas selecionados para apresentação de um pitch no
decorrer da V IMFAHE's International Conference 2019 - Innovation Camp, que
decorreu em março na Universidade de La Laguna em Tenerife (Ilhas Canárias). No
final, venceram o segundo prémio no concurso, arrecadando 2 mil euros para
trabalharem na proposta ao longo do próximo ano. Universidade de Aveiro “Departamento de Química e do CICECO - Instituto
de Materiais de Aveiro” - Portugal
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