Um manifesto europeu defende a
criação de metas de vacinação para a Europa, recomendando uma taxa de 95% da
vacina contra o sarampo até 2020, numa altura em que a OMS alerta para o
aumento do número de casos.
Dados provisórios da
Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam um aumento global do número de casos
de 300% no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2018, seguindo
a tendência dos últimos dois anos.
Este aumento também se
verifica em países com elevada cobertura de vacinação contra o sarampo, como
Israel, Tailândia, Tunísia e Estados Unidos, onde a cidade de Nova Iorque
declarou o estado de emergência de saúde pública devido a um surto que atingiu
a comunidade judaica ultraortodoxa.
A OMS alerta que a taxa de
cobertura vacinal global está aquém dos 95% necessários para evitar surtos,
situando-se em 85% na primeira dose da vacina e em 67% na segunda, o que deixa
“muitas pessoas, em muitas comunidades, em risco”.
O manifesto “Europa mais Saudável”,
criado pela Vaccines Europe, grupo especializado em vacinas da Federação
Europeia da Indústria Farmacêutica, defende que “os líderes da União Europeia
têm um papel fundamental a desempenhar nas políticas de vacinação” e, por isso,
incentiva as autoridades públicas, conjuntamente com todas as partes
interessadas, a aplicá-las.
O documento, apoiado e
divulgado hoje pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma),
considera que as vacinas são vítimas do próprio sucesso uma vez que a ausência
de doenças graves, devido à eficácia das vacinas, alimentou a percepção errada
de que a vacinação deixou de ser necessária.
“Além disso, a multiplicação
de notícias falsas, pese embora os altos padrões de qualidade aplicados à
produção de vacinas, desafia constantemente as provas sobre a segurança e a
eficácia da vacinação”, sublinha o manifesto, que recomenda que se apoiem
políticas de vacinação em todas as fases da vida das pessoas, contribuindo
assim para a sustentabilidade dos Sistemas de Saúde e para a produtividade da
sociedade.
O manifesto propõe também a
criação de um Cartão de Vacinação Europeu, com informação normalizada, útil
para facilitar a interpretação dos registos de vacinação e assegurar a
continuidade da vacinação transfronteiriça.
Um estudo promovido pela
Comissão Europeia e divulgado em outubro indicava que 98% dos portugueses
consideram as vacinas importantes para a saúde das crianças, 96,6% entendem que
são eficazes e mais de 95% dizem que são seguras.
Portugal surge como o país com
maior percentagem de população a encarar as vacinas como seguras, eficazes e
importantes na infância.
O inquérito, feito nos 28
países da União Europeia a cerca de 29 mil pessoas de uma amostra
representativa de cada estado-membro, questionou especificamente a confiança na
vacina do sarampo. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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