Cidade da Praia - O ministro
da Administração Interna de Cabo Verde anunciou a criação de "mecanismos
de intervenção coordenada", no âmbito da CPLP, que respondam prontamente
em situações de emergência humanitária, como a que recentemente atingiu
Moçambique.
"A questão das alterações
climáticas e dos desafios que se colocam aos países insulares e costeiros tem
merecido uma preocupação no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP). A catástrofe natural em Moçambique espoletou ainda mais esta
preocupação", disse Paulo Rocha, em declarações aos jornalistas na cidade
da Praia.
O ministro falava no final da
abertura do encontro preparatório da V Reunião dos Ministros do Interior e da
Administração Interna da CPLP, que se realiza na quarta-feira na capital de
Cabo Verde.
O modelo de cooperação, tendo
em conta a preocupação causada pelo ciclone Idai que atingiu Moçambique, mas
não só, vai ser abordado ao longo destes dois dias de trabalhos que antecedem a
reunião ministerial, "enquadrado neste contexto das alterações climáticas
e vulnerabilidades".
O objetivo, explicou Paulo
Rocha, é "saber como e quem deve reagir". E acrescentou: "Para
não estarmos sempre na perspetiva de onde vamos procurar os meios, mas saber
quem ativar e em que momento".
Os participantes neste
encontro que hoje arrancou, entre os quais dirigentes das polícias, bombeiros,
investigadores, serviços de fronteiras da CPLP, vão ter ainda a
"oportunidade e pertinência" de discutirem "finalmente um
projeto de mobilidade no espaço comunitário", disse Paulo Rocha.
O ministro referiu que, nesta
reunião, os participantes irão "apreciar um modelo de integração
comunitária. Será mais uma etapa. Não será a etapa definitiva, atendendo à
dinâmica da própria CPLP".
Questionado sobre os maiores
desafios que se colocam com esta questão da mobilidade, Paulo Rocha disse que
se trata de um processo em que cada país tem de dar "passos tendentes a
chegar a um ponto que será o ponto ideal".
O reforço de segurança
documental em todos os países e da segurança aeroportuária e fronteiriça são
alguns desafios que se colocam aos Estados-membros da CPLP com vista à
mobilidade.
Em Cabo Verde, declarou, têm
sido registados avanços em áreas como a segurança documental e ao nível
aeroportuário.
Paulo Rocha esclareceu,
contudo, que este processo "é variável de implementação, tanto no tempo
como no espaço".
"Cada país deverá
implementar aquilo que entender ser coadunado com o seu estado de desenvolvimento",
concluiu.
O ministro mostrou-se
confiante que até ao final da presidência cabo-verdiana da CPLP, em 2020, o
processo avançará significativamente. Agência
Lusa – Cabo Verde
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