O
aumento dos casos de malária em São Tomé e Príncipe acentuou-se depois do fim
da cooperação com Taiwan com o país africano, que decidiu reconhecer a
República Popular da China, disse fonte do Ministério da Saúde
Em dezembro de 2016, São Tomé
e Príncipe decidiu reconhecer a República Popular da China, uma decisão que
implicou, de imediato, o fim das relações com Taiwan, uma imposição de Pequim
aos seus parceiros diplomáticos.
Durante dez anos, Taiwan deu
apoio a São Tomé na área da formação, infraestruturas e da saúde, com
particular destaque para o combate à malária.
No sábado, o ministro da saúde
de São Tomé e Príncipe admitiu que os casos de malária no país têm aumentado nos
últimos anos, registando-se três centenas de casos por ano.
A malária, “desde 2014, tem
aumentado até 2018. Nós temos o trabalho feito, conhecemos os números e em
média foi aumentando 290 a 300 casos por ano”, disse Edgar Neves no final de um
encontro no sábado com responsáveis de vários setores.
Há cerca de dez anos, o país
estava a caminho da erradicação da doença, recordou Edgar Neves, admitindo que
o sistema de saúde começou a apresentar falhas nesta matéria.
“Houve um determinado momento
em que as fraquezas aumentaram por razões de vária ordem política”, disse o
ministro.
Fonte do ministério da saúde
explicou hoje à Lusa que o número de casos começou a aumentar “poucos dias
depois de a missão médica de Taiwan ter deixado o país”.
“Houve grande intervalo entre
a saída dos taiwaneses e entrada dos chineses nas campanhas que se vinha
fazendo de controlo da doença”, explicou.
Então, “algumas atividades
foram suspensas e o quadro complicou-se, porque, por coincidência, foi um
período de grandes chuvas que aumentaram os focos das águas paradas que
deixaram de ter tratamento”, disse a mesma fonte.
Edgar Neves prometeu “divulgar
mais elementos” sobre a malária nos “próximos dias” já com números e locais
mais afetados, adiantando que “nas primeiras semanas de janeiro houve um
aumento” de casos, mas “tudo está sendo feito no sentido de controlar a
doença”.
300
novos casos por ano
Os casos de malária em São
Tomé e Príncipe aumentaram nos últimos quatro anos, registando-se três centenas
de casos por ano, disse também Edgar Neves.
"Desde 2014, [a malária]
tem aumentado. Nós temos o trabalho feito, conhecemos os números e em média foi
aumentando 290 a 300 casos por ano”, disse Edgar Neves, no final de um encontro
no sábado com responsáveis de vários setores.
“É importante que as
populações estejam informadas, porque só assim poderão também exercer o seu
papel. É importante não ocultar informação nenhuma sobre qualquer patologia,
mas também é muito importante não criar falsos alarmismos que não conduzem a
lado nenhum”, defendeu.
O ministro da Saúde considera
a situação “preocupante”, prometendo investimento do governo no combate e
prevenção da doença.
“Nós somos um país eleito
entre os dez destinos turísticos do mundo e é extremamente importante que nos
acautelemos”, disse, defendendo mudança de comportamento por parte das pessoas
e instituições no país.
Nesse sentido, o executivo
iniciou há uma semana, um ciclo de reuniões com autarquias e órgãos públicos de
comunicação social para “preparar uma estratégia” de combate à doença.
“Nos elegemos os programas
nacionais de luta contra a malária e do HIV Sida e tuberculose como eixos
centrais de política do governo. O combate a essas doenças, particularmente a
malária é um processo que envolve todas as forças ativas do país, a sociedade
civil o governo e os órgãos de soberania”, disse Edgar Neves.
Edgar Neves prometeu “divulgar
mais elementos” sobre a malária nos “próximos dias” já com números e locais
mais afetados, adiantando que “nas primeiras semanas de janeiro houve um
aumento” de casos, mas “tudo está sendo feito no sentido de controlar a
doença”. Agência Lusa
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