O município de Capitão
Leônidas Marques, situado na região sudoeste do Paraná, é habitado por pouco
mais de 15 mil pessoas e tem chamado a atenção de pesquisadores.
Arqueólogos descobriram
aproximadamente 150 gravuras rupestres em um sítio arqueológico. As gravuras
estão distribuídas em três rochas e os pesquisadores estimam que elas foram
esculpidas há pelo menos 4 mil anos.
O local de descoberta do sítio
já vem sendo estudado desde 2009, quando, por meio do licenciamento ambiental,
o mesmo foi identificado e já cadastrado no banco de dados do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O sítio arqueológico Vista
Alta e outros sítios de diversas tipologias foram identificados durante as
prospecções arqueológicas realizada nas áreas pretendidas para a implantação da
Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu.
Apesar dos estudos terem
começado há dez anos, foi no mês passado que iniciou-se uma avaliação mais
aprofundada da área. Em decorrência da importância do sítio, do potencial
informativo para a comunidade e do fato de que a área estava sofrendo impactos
decorrentes de outras atividades, o Iphan solicitou estudos mais detalhados e a
verificação da possibilidade de transformar o sítio em um local de visitação,
um museu a céu aberto.
Segundo divulgou o órgão no
último dia 12, pesquisadores brasileiros e portugueses, das empresas Espaço
Arqueologia e Instituto Terra e Memória de Portugal, estão tratando em laboratório
especializado fotografias feitas por drone, para a produção de material
cartográfico bem como modelos digitais de terreno e descrição do estado de
conservação. As fotografias também servirão para subsidiar um modelo de gestão
do sítio após as atividades de levantamento.
Todo o material que se
encontra em estudo possibilitará produzir um vasto conjunto informações sobre o
sudoeste do Paraná, bem como dados interpretativos sobre o comportamento humano
nesta região, tanto nos aspectos tecnológicos como simbólicos. O sítio é
considerado de alta relevância e a sua localização privilegiada, em área não
afetada diretamente pelo barramento, faz com que ele tenha grande potencial
para ser preservado, estudado e visitado.
Os impactos ao meio ambiente
causados por grandes projetos de infraestrutura, instalações industriais, entre
outros, sempre estão vinculados aos aspectos culturais das comunidades onde
essas obras são realizadas. É nesse sentido, que o Iphan, por meio do
licenciamento ambiental, tenta assegurar a sustentabilidade dos ecossistemas em
suas variabilidades físicas, bióticas, socioculturais e econômicas.
O licenciamento ambiental é
uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade
potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente, compartilhada entre
instituições federais, estaduais e municipais. Nos processos de licenciamento
ambiental o Iphan é consultado preventivamente, para que um empreendimento ou
atividade não venha a impactar ou destruir os bens culturais acautelados em
âmbito federal.
As medidas são
imprescindíveis para que um projeto não impacte ou destrua os bens culturais
considerados patrimônio cultural dos brasileiros. In “Mundo Lusíada” - Brasil
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