A União Europeia
comprometeu-se hoje, 25 de Março de 2015, a conceder 160 milhões de EUR à
Guiné-Bissau, para consolidar a democracia, reforçar o Estado de direito,
acelerar a retoma económica e melhorar as condições de vida dos seus cidadãos.
A declaração foi feita numa conferência internacional, organizada em conjunto
pelo Governo da Guiné-Bissau, pela UE e pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), no dia seguinte à suspensão das medidas tomadas ao
abrigo do artigo 96.º. Esta conferência realiza-se numa etapa crítica em que a
Guiné-Bissau se encontra em vias de consolidar a democracia e o Estado de
direito, bem como de relançar a sua economia após anos de extrema fragilidade e
instabilidade política.
Segundo a Vice-Presidente e
Alta Representante Federica Mogherini: «A Guiné-Bissau registou progressos
importantes ao longo do último ano, a começar pela realização de eleições
legislativas pacíficas e credíveis. Pretendemos encorajar a evolução positiva observada
e iremos apoiar o novo governo na reconstrução do país, no reforço das suas
instituições democráticas e no avanço em direção à estabilidade, à
reconciliação e ao desenvolvimento económico.»
A conferência de hoje reúne
a comunidade internacional e a Guiné-Bissau no intuito de apoiar a estratégia
própria do Governo em matéria de desenvolvimento para os próximos dez anos e
visa também incentivar os doadores internacionais a assumir um compromisso
quanto a uma assistência financeira, bem como a coordenar este apoio.
O Comissário da UE
responsável pela Cooperação Internacional e Desenvolvimento, Neven Mimica,
declarou igualmente que: «A Guiné-Bissau regressou ao palco internacional e
está disposta a realizar progressos, com o apoio da UE. Ao longo dos próximos
meses iremos concluir a programação da dotação do 11.º FED. Iremos assegurar a
consonância da nossa cooperação com as prioridades da estratégia nacional de
desenvolvimento que o governo apresentará hoje, nomeadamente nos domínios da
governação, segurança, justiça, administração pública, saúde e desenvolvimento
rural.»
A conferência é copresidida
pelo Comissário Neven Mimica, pela Diretora Adjunta do Gabinete Regional para
África do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Ruby Sandhu-Rojon,
e pelo Primeiro-ministro da República da Guiné‑Bissau,
Domingos Simões Pereira. O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, o
Presidente do Senegal, Macky Sall, e o Subsecretário-Geral e responsável pelo
Departamento de Assuntos Políticos das Nações Unidas, Jeffrey Feltman, também
participam na sessão de abertura.
Contexto
Na sequência de uma
sublevação militar na Guiné-Bissau em 2010, a UE adotou em 2011 medidas
adequadas por força do artigo 96.º do Acordo de Cotonu, pondo termo à sua
cooperação com o Governo. Em abril de 2012, a situação deteriorou-se devido a
um golpe de Estado e à criação de um governo de transição que não foi
reconhecido pela UE. Até 2014, todo o apoio da UE foi prestado diretamente à
população da Guiné-Bissau por intermédio de ONG e organizações internacionais.
Após a realização de
eleições livres e credíveis em abril/maio de 2014, a UE suspendeu a aplicação
do artigo 96.º, o que lhe permitiu conceder às novas autoridades o apoio
financeiro de que careciam urgentemente para assegurar as funções essenciais do
Estado e prestar serviços sociais básicos à população. Em 23 de março de 2015,
a UE suspendeu as medidas tomadas ao abrigo do artigo 96.º, o que abriu caminho
para reatar plenamente a cooperação para o desenvolvimento. Estão a decorrer as
consultas e os trabalhos preparatórios inerentes ao apoio da UE no âmbito do
11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento (2014-2020); prevê-se um apoio global no
montante de 127 milhões de EUR, que deverá ser sobretudo consagrado aos
domínios da governação, do desenvolvimento rural e da saúde. O compromisso hoje
assumido quanto a um financiamento adicional por parte da UE irá apoiar a
política das pescas, a sociedade civil, os direitos humanos e a democracia, bem
como a governação fundiária na Guiné-Bissau, para além do financiamento no
âmbito de programas regionais. Comissão
Europeia
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