O Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano de Moçambique anunciou no passado dia 18 de Março de
2015 que o ensino primário vai usar as 16 línguas nacionais a partir de 2017,
ao lado do português, para facilitar o ensino às crianças moçambicanas.
A decisão de introduzir o
ensino bilingue nas escolas primárias moçambicanas foi divulgada pela diretora
nacional do Ensino Primário, Antuía Soverano, durante o Seminário de Revisão
Linguística dos Planos Analíticos do Ensino Bilingue, que está a decorrer na
capital moçambicana.
“O ensino primário pode ser
lecionado monolingue e também na modalidade bilingue, onde as crianças começam
o processo de socialização e aprendizagem na sua língua materna e depois têm a
transição para a língua de instrução após consolidarem os conhecimentos e
capacidades na sua própria língua”, afirmou Soverano, explicando as vantagens
da introdução do sistema bilingue.
Com a inovação, assinalou a
fonte, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, pretende melhorar os
resultados no ensino primário, promover a interação na escola e agilizar o
processo de socialização dos alunos.
Antuía Soverano afirmou que
estão a ser preparados instrumentos de apoio aos professores, para a
implementação do ensino bilingue, nomeadamente a produção de materiais de
ensino nas línguas locais.
A utilização das 16 línguas
nativas de Moçambique, ao lado da língua portuguesa, no ensino primário, irá
traduzir a expansão deste modelo, uma vez que o ensino bilingue já tinha sido
introduzido a título experimental em algumas escolas do país.
O novo modelo implica que
cada escola primária lecione na língua nativa mais falada na comunidade em que
está inserida, em paralelo com português.
Vários estudos sobre o
ensino primário têm apontado o uso de português como uma barreira à assimilação
dos conteúdos, uma vez que a maioria das crianças moçambicanas não tem o
português como língua materna. In “Notícias ao Minuto” - Portugal
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