Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Angola – Lançamento da trilogia de Manuel Marques Carlos “A Suprema Jornada”

A trilogia “A Suprema Jornada”, da autoria de Manuel Marques Carlos, que narra o propósito do homem enquanto ser vivente, será lançada amanhã, às 16h00, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda

Inspirado nas vivências do autor, Manuel Carlos começou a escrever a trilogia depois de conhecer uma linda jovem que tinha vários talentos, mas não conhecia o seu propósito de vida, de modo a ajudá-la enviava-lhe cartas sobre uma melhor visão do mundo.

O primeiro volume da trilogia será apresentado pelo empresário Cézar Baptista, o segundo pela psicóloga Fátima Sampaio e o terceiro pelo escritor e jornalista Augusto Alfredo.

"A Suprema Jornada” é um conjunto de três livros sobre legado, propósito e sentido da vida, composto por 35 cartas, cujo remetente é Benjamin Essanje, um autodidacta que a partir de várias cidades do globo procura emprestar a sua visão do mundo à Kieza Obenga, uma jovem de 19 anos, que aparentemente tem uma mente incomum.

Ambicionando ser o mentor de Kieza, da escrivaninha de um pequeno quarto de hotel, na Humpata, Essanje inicia a primeira de dezenas de cartas, onde começa por reconhecer a intelectualidade e a retórica refinada da jovem amiga que conheceu há dois anos.

No entanto, convencido de que a verdadeira inteligência não é introspectiva, mas prática, e não se reflecte no que sabemos ou no que falamos, mas no que fazemos, ele tenta persuadir Obenga de que pessoas dotadas de uma dose diferenciada de inteligência devem fazer coisas, mais do que dizer coisas.

Essanje também a faz lembrar que mentes brilhantes devem estar um passo à frente da sua geração e do seu tempo, e que o uso não criativo do cérebro não nos torna mais do que seres primitivos, reclusos da nossa natureza biológica mais básica. A alternativa é contribuir com soluções criativas que minimizem o sofrimento no mundo, tornando o fardo desta existência numa carga cada vez mais suportável.

Kieza é ainda aconselhada a nunca tentar ser ou parecer uma pessoa normal. Contrariamente, a sua única preocupação, até bater as botas, deveria ser tentar transformar-se na versão de si mesma que as pessoas normais pagariam para ser.

Entretanto, sentindo-se agredida pelas opiniões desinteressadamente honestas de Essanje, Kieza se afasta, cortando todas as formas de contacto entre ambos. Essanje, porém, continua a escrever-lhe, até perceber que, com excepção da primeira, nenhuma das suas outras cartas tinham sido lidas. Chocado com a reacção inesperada da amiga, a quem pretendia apenas ajudar, Essanje despede-se com todas as suas emoções numa missiva que deveria ter sido a última.

Sob a chancela da Visionários Editores, no primeiro volume "Em Busca de Uma Vida que se Prolonga na História”, o autor explica em 128 páginas a importância do ser humano deixar um legado para ser lembrado. "É importante que o homem transpareça depois da sua morte”, disse, reforçando que o livro tem como pontos chaves as palavras "glória, grandeza e propósito”.

No segundo volume "Assente em Um Propósito”, que tem como ponto central o "propósito”, o autor explica em 126 páginas que o ser humano vive para ele e para os seus. "Neste livro recomendo que a nossa essência deve significar alguma coisa para o mundo, e como o mundo se beneficia da inteligência do homem”.

Já no terceiro volume "Em Busca do Sentido da Vida”, com 98 páginas, o livro tem como pano de fundo a insignificância da vida, a vaidade ilusória do ser humano e as suas incapacidades. De acordo com Manuel Marques Carlos, é também uma síntese do primeiro e do segundo volumes, pois "embora um legado seja importante, devemos ter sempre a percepção de que a vida passa rápido, hoje estamos vivos, mas amanhã não”.

"A nossa vida tende a ser mais do que acordar e dormir, o ser humano deve deixar um legado, e o que sempre defendo é que pessoas inteligentes devem contribuir para a sociedade de forma positiva”, explicou.

Quanto à avaliação do mercado literário, o escritor afirmou que está em decadência por falta de materiais, mas que ainda assim consegue atender aos anseios do público leitor. "Ainda há muitos bons leitores que fazem jus ao seu nome, que compram bons livros para alimentarem o cérebro”, concluiu. In “Jornal de Angola” - Angola


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