A trilogia “A Suprema Jornada”, da autoria de Manuel Marques Carlos, que narra o propósito do homem enquanto ser vivente, será lançada amanhã, às 16h00, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda
Inspirado
nas vivências do autor, Manuel Carlos começou a escrever a trilogia depois de
conhecer uma linda jovem que tinha vários talentos, mas não conhecia o seu
propósito de vida, de modo a ajudá-la enviava-lhe cartas sobre uma melhor visão
do mundo.
O
primeiro volume da trilogia será apresentado pelo empresário Cézar Baptista, o
segundo pela psicóloga Fátima Sampaio e o terceiro pelo escritor e jornalista
Augusto Alfredo.
"A
Suprema Jornada” é um conjunto de três livros sobre legado, propósito e sentido
da vida, composto por 35 cartas, cujo remetente é Benjamin Essanje, um
autodidacta que a partir de várias cidades do globo procura emprestar a sua
visão do mundo à Kieza Obenga, uma jovem de 19 anos, que aparentemente tem uma
mente incomum.
Ambicionando
ser o mentor de Kieza, da escrivaninha de um pequeno quarto de hotel, na
Humpata, Essanje inicia a primeira de dezenas de cartas, onde começa por
reconhecer a intelectualidade e a retórica refinada da jovem amiga que conheceu
há dois anos.
No
entanto, convencido de que a verdadeira inteligência não é introspectiva, mas
prática, e não se reflecte no que sabemos ou no que falamos, mas no que
fazemos, ele tenta persuadir Obenga de que pessoas dotadas de uma dose diferenciada
de inteligência devem fazer coisas, mais do que dizer coisas.
Essanje
também a faz lembrar que mentes brilhantes devem estar um passo à frente da sua
geração e do seu tempo, e que o uso não criativo do cérebro não nos torna mais
do que seres primitivos, reclusos da nossa natureza biológica mais básica. A
alternativa é contribuir com soluções criativas que minimizem o sofrimento no
mundo, tornando o fardo desta existência numa carga cada vez mais suportável.
Kieza
é ainda aconselhada a nunca tentar ser ou parecer uma pessoa normal.
Contrariamente, a sua única preocupação, até bater as botas, deveria ser tentar
transformar-se na versão de si mesma que as pessoas normais pagariam para ser.
Entretanto,
sentindo-se agredida pelas opiniões desinteressadamente honestas de Essanje,
Kieza se afasta, cortando todas as formas de contacto entre ambos. Essanje,
porém, continua a escrever-lhe, até perceber que, com excepção da primeira,
nenhuma das suas outras cartas tinham sido lidas. Chocado com a reacção inesperada
da amiga, a quem pretendia apenas ajudar, Essanje despede-se com todas as suas
emoções numa missiva que deveria ter sido a última.
Sob
a chancela da Visionários Editores, no primeiro volume "Em Busca de Uma
Vida que se Prolonga na História”, o autor explica em 128 páginas a importância
do ser humano deixar um legado para ser lembrado. "É importante que o
homem transpareça depois da sua morte”, disse, reforçando que o livro tem como
pontos chaves as palavras "glória, grandeza e propósito”.
No
segundo volume "Assente em Um Propósito”, que tem como ponto central o
"propósito”, o autor explica em 126 páginas que o ser humano vive para ele
e para os seus. "Neste livro recomendo que a nossa essência deve
significar alguma coisa para o mundo, e como o mundo se beneficia da
inteligência do homem”.
Já
no terceiro volume "Em Busca do Sentido da Vida”, com 98 páginas, o livro
tem como pano de fundo a insignificância da vida, a vaidade ilusória do ser
humano e as suas incapacidades. De acordo com Manuel Marques Carlos, é também
uma síntese do primeiro e do segundo volumes, pois "embora um legado seja
importante, devemos ter sempre a percepção de que a vida passa rápido, hoje
estamos vivos, mas amanhã não”.
"A
nossa vida tende a ser mais do que acordar e dormir, o ser humano deve deixar
um legado, e o que sempre defendo é que pessoas inteligentes devem contribuir
para a sociedade de forma positiva”, explicou.
Quanto
à avaliação do mercado literário, o escritor afirmou que está em decadência por
falta de materiais, mas que ainda assim consegue atender aos anseios do público
leitor. "Ainda há muitos bons leitores que fazem jus ao seu nome, que
compram bons livros para alimentarem o cérebro”, concluiu. In “Jornal
de Angola” - Angola
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