A Guiné Equatorial manifestou
ao Governo angolano o interesse em construir, de raiz, a refinaria de Cabinda,
pretendendo também investir no setor do gás, disse à agência Lusa o ministro
das Minas e Hidrocarbonetos equato-guineense.
Segundo Gabriel Mbaga Obiang
Lima, que se encontra em Luanda a participar na conferência Angola Oil &
Gas 2019, a manifestação do interesse das autoridades de Malabo já foi expressa
ao Governo angolano, sublinhando a vontade de criar parcerias face à
experiência da Guiné Equatorial quer na construção de refinaria quer no gás.
"Viemos também para ver
oportunidades de investimento. Queremos criar parcerias entre as petrolíferas
para que comecem a trabalhar em conjunto, em concessões, etc. Mas um setor
crítico [em Angola] é o da refinaria. Sabemos que têm planos para construir uma
nova refinaria, pelo que estamos interessados em trabalhar desde o início com
Angola, quer como parceiro quer como cliente", afirmou em inglês Gabriel
Lima.
Segundo o também filho do
Presidente equato-guineense, Malabo está interessada na construção da refinaria
de Cabinda, salientando que pode ser também uma porta de entrada para outros
investimentos em Angola por parte da Guiné Equatorial, um dos principais
produtores de petróleo em África.
"A outra intenção é
investir no gás. O gás é muito importante para nós. Temos imensa experiência,
temos um plano para o metanol, temos planos para o gás destinado à energia.
Acreditamos que temos muita experiência no setor e que poderemos trabalhar em
conjunto com Angola para o desenvolver", declarou.
Questionado pela Lusa sobre as
razões que levaram, só agora, as autoridades equato-guineenses a apostar em
Angola, Gabriel Lima referiu que "são as mesmas" pelas quais a Guiné
Equatorial optou por não aderir à Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP), avançando com um 'mea culpa'.
"[Não começámos a
trabalhar com Angola há mais tempo] pela mesma razão que não aderimos à OPEP.
Quando temos a bonança, quando temos muito dinheiro, acreditamos que não
precisamos da ajuda de ninguém, porque com o dinheiro pode comprar-se tudo. É
só quando se começa a ter problemas é que começamos a pensar que a cooperação é
boa", admitiu, reconhecendo os "erros" do passado.
"Sim, conhecemo-nos
[Angola e Guiné Equatorial], mas não trabalhamos em conjunto e isso foi um erro
que necessita de ser corrigido em vez de se responsabilizar alguém. Isto tem de
parar. É preciso voltar atrás, reentrar e ver como se poderá caminhar em
conjunto e é isso que estamos a fazer agora", acrescentou.
Sobre a participação no Angola
Oil & Gas, o ministro das Minas e Hidrocarbonetos da Guiné Equatorial
admitiu que veio à procura de oportunidades de investimento, pois no certame
estão muitos dos grandes 'players' internacionais do setor, não só em Angola
como também noutros países.
Elogiando as reformas em curso
no setor do petróleo e gás em Angola, Gabriel Lima referiu que a presença da
Guiné Equatorial no evento deve-se também ao facto de o país estar a celebrar o
Ano Internacional da Guiné Equatorial, o que permite que o país participe
"em muitas conferências africanas ligadas ao setor". In “Angola
24 Horas” - Angola
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