Pante Macassar -- Um Airbus
A320 da companhia aérea indonésia Citilink, proveniente de Jacarta, fez história
ao tornar-se no primeiro avião a usar uma manga em Timor-Leste, no novo
aeroporto do enclave de Oecusse, inaugurado ontem.
Cerca das 15:30 locais, o
avião com a matrícula PK-GQR -- um charter contratado pela empresa indonésia
Wika - aterrou na pista do Aeroporto Internacional de Oecusse -- Rota de
Sândalo.
Depois de aterrar de oeste
para leste, o aparelho deu a volta na pista de 2200 metros, e lentamente veio
até uma das três mangas do novo espaço.
No primeiro andar do terminal
praticamente por estrear, várias individualidades timorenses, incluindo o
Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, o presidente do Parlamento,
Arão Noé Amaral, e o ministro da Reforma Legislativa, Fidelis Magalhães,
acompanharam o momento.
De seguida, aplausos pela
aterragem do A320 e pelo momento sem precedentes em Timor-Leste: a de um avião
a usar a manga de um aeroporto -- ainda que neste caso não se saiba exatamente
quando isso voltará a ocorrer.
Pelo menos para já o aeroporto
continua a ser servido apenas pelo bimotor de 19 lugares da Região
Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), a 'dona' do projeto que
custou 120 milhões de dólares (107,2 milhões de euros).
Momentos depois da operação
simbólica na pista, no outro lado, onde um gigantesco cartaz mostra que se está
no Aeroporto Internacional de Oecusse Ambeno Rota de Sândalo, caberia a
Francisco Guterres Lu-Olo tocar a buzina que oficialmente inaugurou a
infraestrutura.
Várias individualidades
timorenses, representantes do corpo diplomático e muitos convidados,
testemunharam com muitos dos habitantes da capital do enclave -- a zona mais
isolada de Timor-Leste -- a abertura do que as autoridades regionais querem que
seja a nova porta de entrada no país.
Mari Alkatiri, presidente da
RAEOA, reiterou isso mesmo, num discurso em que relembrou que foi o sândalo das
montanhas de Timor que ajudou na rota da seda e que hoje o aeroporto pode
ajudar a cimentar os laços com a vizinha Indonésia.
Uma "janela" que
marca também o apoio unânime das forças políticas timorenses que, em 2014,
apostaram na RAEOA e na Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM),
projeto que nasce com o apoio "de toda a liderança de 1974 e 1975",
disse Alkatiri.
"Todos colaboraram para
permitir este processo em Oecusse. Só estou triste por o irmão Xanana Gusmão
não estar aqui neste momento", disse Alkatiri.
Mari Alkatiri falava a poucas
semanas de concluir o seu mandato como presidente da RAEOA, cabendo ao
primeiro-ministro, Taur Matan Ruak propor ao Presidente da República a
renovação do mandato ou um novo nome para liderar o projeto. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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