O acordo foi assinado em 2017 e é
agora finalmente lançado o programa. O Fundo para o Desenvolvimento das
Ciências e Tecnologia de Macau e a Fundação para a Ciência e Tecnologia de
Portugal unem-se para co-financiar projectos sobre poluição ou biotecnologia
marinha. As candidaturas podem ser apresentadas até 12 de Julho
O
Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia de Macau (FDCT) avançou detalhes
sobre três programas de financiamento a projectos de investigação, que em
conjunto envolvem 123 milhões de patacas. Entre eles encontram-se as bolsas de
investigação financiadas em conjunto com a Fundação para a Ciência e Tecnologia
de Portugal (FCT), cujas candidaturas estão abertas até ao próximo dia 12 de
Julho.
O
financiamento destina-se a projectos de investigação realizados em conjunto por
investigadores de Macau e Portugal nas áreas da poluição e biotecnologia
marinha. O montante máximo para cada projecto será de um milhão de patacas, a
ser distribuído periodicamente e com um prazo máximo de três anos. O valor
atribuído não apoia a construção de infra-estrutura ou a aquisição de
equipamentos puros. Também não pode ser utilizado para pesquisa em ciências
leves sobre políticas e gestão, nem projectos de promoção de mercado.
O
FDCT vai avaliar os projectos que receber com base em três critérios. A
componente com maior peso (40%) consiste no valor científico do projecto,
nomeadamente a sua inovação, resultados de pesquisa e metodologia. As
qualificações do candidato valem 30%, analisando a capacidade de pesquisa
científica, qualificação e número dos membros, bem como o grau de
complementaridade com o cooperado. Por fim, será considerada a viabilidade do
projecto e o plano de trabalho (30%).
A
partir dos projectos aprovados, o FDCT e a FCT seleccionarão depois em conjunto
quais serão co-financiados. O acordo com Portugal foi assinado em 2017 e a
cooperação devia ter começado em 2018, mas só no início deste ano ficaram
concluídas as negociações. Durante uma conferência de imprensa foi indicado que
a Universidade de São José poderá ter já projectos para se candidatar.
Apostas no futuro de Macau e Grande
Baía
Outro
dos projectos apresentados refere-se a bolsas de investigação científica
financiadas em conjunto pelo FDCT e o Departamento de Ciência e Tecnologia da
Província de Guangdong, para as quais se prevê uma contribuição de 20 milhões.
“Promover
as cooperações entre indústrias, universidades e investigações entre as duas
regiões, no sentido de avançar mais para a frente o nível de tecnologias nas
indústrias emergentes estratégicas, elevando a competitividade internacional de
Macau e Guangdong”, é o objectivo. Destina-se às áreas de informação
electrónica, biomédica, protecção ambiental e economia de energia, cidades
inteligentes, bem como oceanos.
Ainda
sem data para as candidaturas, sabe-se que o montante máximo para cada projecto
será de 1,3 milhões de patacas, com um prazo máximo de dois anos. Pelo menos
uma das partes deve ser uma empresa. No caso da entidade recomendada por Macau
ser empresarial, deve dispor do autofinanciamento em valor não inferior ao do
financiamento atribuído pelo FDCT. O mesmo já não se aplica caso a entidade
recomentada por Macau seja uma instituição de ensino superior ou de
investigação científica.
Por
último, foi apresentado um programa específico de apoio financeiro para
projectos-chave de I&D. Como explicou Dominic Ip, do FDCT, consiste numa
aposta nas “áreas prioritárias articuladas com o desenvolvimento de Macau”.
Nesta edição, foca-se na medicina de precisão, inteligência artificial e
medicina chinesa e controlo de qualidade, nas componentes de avaliação e
desenvolvimento de medicamentos chineses. Espera-se que a data de lançamento
seja conhecida ainda este mês.
O
montante máximo de apoio para cada projecto no campo da Medicina Chinesa e
Inteligência Artificial é de 15 milhões de patacas, e no campo da Medicina de
Precisão ascende a 20 milhões.
Ainda
é incerto o futuro destes três programas de financiamento. Por um lado, a FDCT
ainda está em negociações com Portugal relativamente a edições futuras, uma vez
que o país ainda tem de avaliar se tem orçamento para a manutenção do programa.
Por outro, a continuidade dos projectos-chave está dependente de uma avaliação
dos resultados deste ano. Apenas com Guangdong foi já assinado um protocolo. Salomé Fernandes – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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