A
procura de cursos de Português está a aumentar rapidamente na Venezuela, país
onde os lusodescendentes estão empenhados em “recuperar” a língua dos pais,
revela Rainer de Sousa, coordenador do EPE (Ensino Português no Estrangeiro) na
Venezuela
Um fenómeno que acontece a par
da cada vez maior vontade dos venezuelanos em aprenderem a língua portuguesa.
“Cada vez mais está na moda aprender português, sobretudo na Venezuela, o que
acontece também na América Latina, segundo alguns colegas meus, sobretudo na
América Latina de língua espanhola”, explicou Rainer de Sousa à agência Lusa. O
coordenador do ensino do português naquele país acrescenta que a maioria dos
países da América Latina, onde há uma maior procura do ensino, faz fronteira
com o Brasil.
“O caso venezuelano é
diferente, porque embora faça fronteira com o Brasil, a comunidade portuguesa é
muito forte na Venezuela, há muitos lusodescendentes que agora recuperar a
língua dos seus antepassados e estes lusodescendentes estão muito adaptados e inseridos
na sociedade venezuelana”, disse.
Segundo Rainer de Sousa, os
lusodescendentes “têm muitos amigos e, portanto, os portugueses na Venezuela
geram uma data de contactos que faz com que os venezuelanos queiram aprender a
língua dos seus vizinhos (portugueses) e dos amigos”. “Alguns trabalham para
portugueses e sentem uma certa empatia pela cultura portuguesa e procuram
conhecer a língua portuguesa”, frisou.
IV
Encontro de Professores de Português
A 18 de novembro, a Casa
Portuguesa Venezuelana do Estado de Caracas, na cidade de Valência, a 165
quilómetros a oeste de Caracas, acolheu o IV Encontro de Professores de
Português na Venezuela, organizado pelo Camões-Instituto da Cooperação e da
Língua.
Segundo Rainer de Sousa,
existem atualmente na Venezuela “cerca de 100 professores de língua portuguesa,
o que é um número ainda baixo”, porque são precisos “muitos mais, porque cada
vez mais há mais venezuelanos e luso-venezuelanos que querem aprender o
português”.
O responsável explicou que há
cada vez mais universidades que embora não tenham o curso de Língua Portuguesa,
têm o Português como língua de opção dentro do plano curricular. É o caso da
Universidade Metropolitana e da Universidade Bolivariana da Venezuela, ambas em
Caracas. “A Universidade Central da Venezuela (Caracas) é a única, até este
momento, que forma intérpretes, tradutores e investigadores em língua
Portuguesa. O Instituto Camões tem há mais de 20 anos, um protocolo de
cooperação com eles”, frisou.
Nesse sentido explicou que o
núcleo da Universidade Pedagógica Experimental Libertador (UPEL), em Arágua,
100 quilómetros a oeste de Caracas, tem quase 120 jovens venezuelanos inscritos
para se formarem como professores de Língua Portuguesa, a partir de fevereiro
ou março de 2018. “Isso vai ter um impacto muito positivo daqui a quatro anos,
quando estes jovens terminarem a formação e forem para o ensino venezuelano
ensinar português”, assumiu.
Segundo Rainer de Sousa, os
professores estão muito agradecidos pelo apoio que o Camões-Instituto da Cooperação
e da Língua tem dado ultimamente ao ensino do português na Venezuela, através
da doação de manuais, e estão muito nesta expectativa de saber que impacto terá
nos próximos anos a formação de professores de português. In “Mundo
Português” - Portugal
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