Duas dezenas de mulheres no
distrito de Gurué, província da Zambézia, estão a ser financiadas pela Gapi-SI (Instituição
Financeira de Desenvolvimento) para estabelecerem pequenas agro-indústrias
capazes de processar a produção dos agricultores locais. Num primeiro pacote já
foram disponibilizados meios financeiros para a aquisição de oito debulhadoras
num montante total de 3.2 milhões de Meticais. As restantes empresárias do
mesmo grupo irão também assinar brevemente os seus contratos de financiamento
com a Gapi para poderem adquirir equipamento similar.
As empresárias que acederam a
este financiamento realizaram uma comparticipação demonstrando o seu
compromisso no negócio. No acto de entrega das primeiras oito debulhadoras, às
empresárias, vários representantes das autoridades locais saudaram esta iniciativa
da Gapi pelo seu impacto na geração de empregos nas localidades rurais onde os
mesmos vão operar.
A disponibilização de
financiamentos a estas empresárias insere-se num programa de fomento do sector
privado rural que está a ser promovido em parceria com a organização não
governamental americana, TechnoServe e a AGRA (Alliance for a Green Revolution
in Africa). A Gapi definiu a promoção da agro-indústria em zonas rurais como
uma das suas áreas estratégicas para promover empresariado nacional e incentivá-lo
a investir em sectores que contribuam para a segurança alimentar.
O equipamento já financiado a
estas mulheres empresárias vai permitir que na presente campanha agrícola
(2017/18) cada mulher processe a produção de outros agricultores, em cerca de
1200 sacos (60 toneladas) o que equivale a um rendimento bruto acima de MZN 100
mil Meticais. A Gapi e a Technoserve ajudaram estas empresárias a preparar os
respectivos planos de negócios para assegurar a sustentabilidade dos seus
investimentos. Este plano prevê que por cada saco de 50 kg de produto
processado seja cobrado um valor de 85 meticais.
“Agora vamos conseguir ganhar
mais algum dinheiro com o processamento da soja, milho e feijão. Vamos
conseguir ajudar a sustentar a nossa família e ajudar as nossas crianças a
conseguirem estudar. Reconhecemos a Gapi por nos ajudar a fazer mais e melhores
negócios.” – disse Amélia Bitone, a representante do grupo de mulheres.
Através dos seus serviços de
Capacitação e Consultoria Empresarial (CCE), a Gapi tem providenciado formações
em Gestão Básica de Negócios, dotando estas mulheres de conhecimentos como o
registo e controle da produção, receitas e despesas, permitindo assim um
domínio maior da sustentabilidade dos seus negócios. A Technoserve tem aportado
conhecimento especializado na melhoria da produção agrícola e estruturação das
cadeias de valor relevantes para o sucesso dos negócios de pequena e média
escala. O programa de melhoria de sementes de culturas como a soja tem
contribuído para que alguns agricultores melhorem significativamente os seus
rendimentos e evoluam de agricultores familiares para agricultores comerciais.
Os financiamentos da Gapi a
estas mulheres foram promovidos por uma outra mulher, que é gerente da Gapi em
Quelimane, Nilza Francisco. A gerente da Gapi revelou que o financiamento a
estas duas dezenas de empresárias é apenas a primeira fase de um programa mais
amplo da Gapi para o fomento do agro-negócio naquela região. “Nesta primeira
fase demos prioridade a localidades como Ruace, Magige e Lioma, onde a produção
agrícola teve de facto um crescimento quantitativo e qualitativo”.
“Estamos a preparar a extensão
destes serviços de formação e financiamento a mais outras duas dezenas de
operadores nestas regiões agrícolas. A Gapi está empenhada em criar empresários
nacionais que connosco investem nestas zonas rurais do país e aí criam
empregos, sobretudo para jovens” – concluiu a gerente Nilza. In “Gapi”
- Moçambique
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