Na
ideia de abrir mais caminhos e seguir para a frente com a socialização de um
galego sem limites no terreno educativo fazemos este pedido inicial: toda a
gente que quixer colaborar disponibilizando material em galego internacional
pode fazê-lo contatando com a AGAL.
O multilinguismo está na moda, cousa boa, ou não? Noss@s filh@s, sobrinh@s, prim@s, net@s…, a
estudar nas escolas e liceus, precisam de saber idiomas. Dous / três / quatro
/cinco… Será uma luzada de conhecimentos que lhes franqueará portas, portelas e
portões, ouve-se por toda a parte, nesse futuro, futuro, futuro no que parecem
pairar incertezas tantas, por vezes ameaçantes.
Idiomas?
Quais idiomas? Inglês, alemão, francês, italiano, chinês… E português
[galego-português] para quando?
E
não estamos já na hora de desenclaustrar o galego da bem pouco sucedida
estratégia tetraprovincial? E não estamos já na hora de lhe dar o oxigénio
salvífico que faça por desabafá-lo da diária e rotineira pressão do castelhano?
[Ou continuada castelhanização léxica, sintática, morfológica, fonética… que em
sentença tabernária batizamos de castrapização]. Estamos, estamos,
responderíamos muit@s.
E
não será bom que o sistema educativo galego garanta uma aprendizagem básica,
transversal e para tod@s@s educand@s da variedade lusa da língua
galega? E não será bom ativar no imaginarium consciente dos
centros educativos que o galego projeta-se alargadamente pelo mundo avante e
todos nós podemos beneficiar-nos dessa realidade? Será bom! será bom!
Sem
precisarmos de recuo para momentos e debates do passado, em que tempo estamos?
Estamos na conjuntura pós Lei nº 1/2014, de 24 de março, para o
aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia, mais
conhecida como Lei Valentín Paz-Andrade, aprovada por unanimidade no
Parlamento Galego. E logo, que foi o que se passou? Já lá vão mais de três
anos!
Seica
os responsáveis educativos da Conselharia de Educação enfiaram a Lei para a
máquina congeladora, -18ºC: o reino da friagem. Mas a sua filosofia e a sua
prática devem de ser impulsionadas, de hoje em diante. Difícil aceitar
passivamente que mais novas gerações de gente nova finalize os seus circuitos
formativos sem serem alfabetizados em galego internacional.
Como
agir, qual a ferramenta? Entendemos que é uma labuta de todo o professorado
comprometido com a língua, principiando por aquel@s que lecionando
disciplinas não linguísticas vão ir empregando e introduzindo nas suas aulas de
História, Geografia, Física, Química, Filosofia, Biologia, Geologia, Matemáticas,
Educação Física, Música, Economia, Debuxo, Desenho… matérias várias dos Ciclos
Formativos… etc., textos e vídeos didáticos complementares (questionários,
formulários de práticas para o laboratório, material de reforço, bibliografia
para elaborar trabalhos de aula, guias didáticos para excursões… etc.) ou mesmo
conteúdos curriculares redigidos em galego-português. Importante também o
ofício do professorado de língua para proporcionar a formação elementar que
@s raparig@s necessitam para manejar estes recursos.
Infelizmente,
o tabu social do galego se circunscrever apenas ao noroeste ibérico ainda
domina sobejamente nas escolas e liceus. Estamos na necessidade hoje premente
de, nos centro de ensino do país, fazer normal e natural com feitos e
atividades educativas de aula a ideia do galego ser uma língua útil,
abrangente, uma língua internacional. Por outras palavras: binormativismo
prático.
Reiteramos
o apelo preliminar a todo o pessoal professoral que quiser dar uma mão nestes
primeiros passos que estamos a iniciar. Toda colaboração seja bem-vinda na hora
de oferecer, criar e recopilar material didático redigido em galego
internacional, assim como a de sugerir ideias a desenvolver.
Em
definitivo: gosto do magosto, mas do magusto também gosto. Miguel Torre – Galiza in “Portal Galego da Língua”
Miguel Rios Torre - Nasce em Laguna de
Duero (Valladolid), mas os ventos familiares foram-no deslocando para Tolosa
(Euskal Herria) e Medina del Campo, até apousar, em 1960, no bairro
compostelano de São Pedro. Licenciado em Biologia pela USC deu aulas no
secundário em distintas localidades do país, salientando os liceus Sofia
Casanova de Ferrol e Rosalia de Castro de Santiago. Coordenou a antologia
memorial “Desde 1936. Homenagem da poesia e da plástica galega aos que lutaram
pela liberdade”(Ed. do Castro, 1996). Presidiu a Coord. de Equipas de
Normalização Linguística de Ferrolterra. Hoje, (in)felizmente, está aposentado.
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