Até
ao final de Janeiro, os visitantes da zona da Rua do Cunha têm ao seu dispor
uma maior oferta gastronómica, no âmbito da Feira do Carmo. Além de fazer
sentir água na boca, o evento também enche o olho, pois os petiscos são
vendidos em barraquinhas inspiradas em pequenas casas portuguesas. Apesar dos
participantes estarem confiantes na qualidade dos produtos, apelam a uma maior divulgação
da feira para atrair mais clientes
Para além do bolo de amêndoa,
bifanas e gelados de durian, quem passar pela zona da Rua do Cunha até ao final
de Janeiro terá acesso a uma concentração de gastronomia local, vendida em
casinhas coloridas de estilo português, montadas na Feira do Carmo.
Desde o primeiro dia de
Dezembro, aderiram à feira 16 barracas de iguarias locais, organizadas pela
Associação Industrial e Comercial de Macau. Apesar da feira funcionar entre o
meio-dia e as 20h, muitos pais com crianças começam a concentrar-se na zona pelas
11h, ponderando as melhores combinações para o almoço.
Com o objectivo de dar maior
visibilidade às marcas locais, na feira não faltam estabelecimentos com longa
história e muita reputação, como a casa de sobremesas “Hang Heong Un”, cuja primeira
loja abriu portas há mais de 50 anos na cidade. Cheang, funcionária da “Hang
Heong Un” revelou à Tribuna que, embora existam várias lojas em Hong Kong, a
empresa pretende agora aumentar a divulgação da marca em Macau, até porque
vende sobremesas representativas do território.
“Aqui há uma variedade de
doces, porém muitos não são conhecidos dos turistas”, apontou.
Em três semanas de
funcionamento da Feira, foram vendidas centenas de caixas de sobremesas da
célebre marca local. A sopa de amêndoa e as papas de noz são os produtos mais
vendidos, indicou a idosa, expressando o desejo de voltar a divulgar produtos
da loja neste evento, se houver uma nova edição no próximo Inverno.
Para além de sobremesas e
comida, estão disponíveis várias barracas de venda exclusiva de bebidas, que
atraem muitos clientes jovens e adolescentes, como é o caso da marca “Palácio
Saudável”.
“Vendemos bebidas saudáveis
únicas de Macau. Não temos uma loja física, mas recebemos encomendas. A marca foi
criada há três anos e estamos a colaborar com mais de 20 restaurantes que encomendam
os nossos produtos”, explicou Tai, ao colocar na mesa as garrafas de bebidas de
cores distintas.
No início, o volume de
clientes na feira era diminuto, notou, considerando que isso resulta da pequena
dimensão do evento, que se realiza pela primeira vez. Com o reforço da
divulgação e a adição de luzes e cartazes, Tai acredita que poderá ser aumentado
o número de visitantes. A seu ver, mais iniciativas deste género podem
contribuir para incentivar o dinamismo das indústrias culturais e criativas de
Macau.
Segundo Tai, por dia, a
barraca pode vender cerca de uma centena de garrafas. Como as bebidas são
feitas com frutas secas e especiarias não conseguem despertar a atenção dos
turistas ocidentais, mas cativam muitos clientes provenientes de Hong Kong,
Taiwan, Singapura e Malásia.
Uma das barraquinhas que
cativa mais atenção vende “galinha de infusão”. Neste prato, a galinha é
cozinhada inteira num caldo de vegetais, que também é inserido no seu interior,
deixando a carne macia e sumarenta.
Mostrando muita paciência e
sorrisos, Nung, empregada deste “stand”,
explicava os procedimentos deste prato a alguns turistas, tendo salientado que
o espaço só vende “pratos especiais e únicos de Macau”. No menu, a Tribuna
encontrou pratos com nomes audaciosos, incluindo “Um País, Dois Sistemas” e
“Uma Faixa, Uma Rota” - o primeiro é um género de uma salada de batata,
enquanto o segundo inclui carne e marisco.
À semelhança do
estabelecimento anterior, Nung não estava muito satisfeita com o volume de
clientes. “A parte principal da Rua do Cunha tem muitos turistas, mas aqui na
Feira de Carmo não. Acho que muitos visitantes até não conhecem este espaço”,
lamentou.
Por sua vez, Wong trabalha
para a barraca “A1”, de um bar localizado no NAPE, cujos pontos fortes são
petiscos e cerveja. Para Wong, esta parte da Taipa tem uma atmosfera
nostálgica, reflectida em mais de um século de história, porém, muitos turistas
param apenas na parte principal da Rua do Cunha. De qualquer modo, acredita que
a feira contribuirá para animar a atmosfera da zona. Rima Cui – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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