Fundador
da JEM – Media Consultancy e consultor de Conteúdos de Entretenimento e Ficção
da TVI, José Eduardo Moniz está em Macau com Fernando Maia Cerqueira para “fazer
uma série de contactos” com o objectivo de desenvolver projectos que liguem
mais a RAEM aos restantes territórios onde a Língua Portuguesa é falada. Macau
entra em cena como um “mundo que precisa de ser revelado ao mundo” porque “não
é só jogo” e tem uma cultura diferente que gera “imensa curiosidade” nos outros
países da Lusofonia.
“Macau
é um ponto de encontro de civilizações”. “Há um conjunto de interesses comuns e
capacidades que existem em todos os países que precisam de ter um ponto de
união. Se conseguirmos trazer todas as capacidades de Portugal, Moçambique,
Brasil, Angola e Macau para o mesmo ponto, é evidente que poderão nascer coisas
relevantes para os diversos mercados”.
José Eduardo Moniz veio a
Macau para “fazer uma série de contactos” relacionados com a actividade que
exerce no campo da consultoria e com a experiência que detém no universo da
Língua Portuguesa. “Fundei uma empresa de consultoria há uns anos e, no âmbito
da actividade dessa empresa, desenvolvo acções em Portugal e fora de Portugal.
É nessa perspectiva que cá vim, porque o universo da Língua Portuguesa é
riquíssimo e abre-nos um amplo leque de oportunidades de negócio que, na
prática, se traduz numa aproximação importante entre países e entre povos”,
sublinhou em declarações ao Jornal Tribuna de Macau.
O fundador da JEM – Media
Consultancy destaca que hoje em dia há “novas gerações de consumidores que
continuam a ver e a procurar muitos conteúdos de todas as naturezas” apesar de
se dispersarem na forma como os consomem. Assim, “o segredo está em descobrir
as fórmulas certas para a potenciação destes conteúdos, independentemente da
plataforma em que são vistos”.
“A minha ambição sempre foi contribuir
para a criação de um mercado muito mais amplo do que temos em Portugal para a
criação, produção e consumo de produtos em língua portuguesa”, referiu José
Eduardo Moniz. A visita a Macau está relacionada com essa intenção.
“Vim analisar oportunidades de
negócio e oferecer ‘know how’ de que a minha empresa dispõe para a criação de
projectos e produtos que venham consubstanciar esse objectivo mais amplo que é
criar um mercado com um significado muito maior do que existe hoje, tendo
também em conta que Macau é uma região com enorme potencial, que está a crescer
a olhos vistos, quer abrir-se ao mundo e dar-se a conhecer”, frisou.
Embora ainda seja “prematuro” indicar
detalhes mais concretos sobre o projecto, José Eduardo Moniz garante que ele é ambicioso
e tem uma visão “globalista”, tendo sempre em conta o crescimento de Macau nos
últimos anos.
“A minha preocupação nesta
altura é conseguir estabelecer pontes que consigam fazer com que aos olhos do
mundo e, nomeadamente, aos olhos do mundo que fala Português, Macau seja
percepcionado como uma região onde há muita coisa boa, susceptível de
constituir atracção para muita gente, seja portuguesa, brasileira, angolana ou
moçambicana”, explicou José Eduardo Moniz.
Além disso, “Macau é um ponto de
encontro de civilizações”. “Há um conjunto de interesses comuns e capacidades
que existem em todos os países que precisam de ter um ponto de união. Se
conseguirmos trazer todas as capacidades de Portugal, Moçambique, Brasil,
Angola e Macau para o mesmo ponto, é evidente que poderão nascer coisas
relevantes para os diversos mercados”.
A RAEM traz também a eventuais
projectos “um mundo que é preciso ser revelado ao mundo e uma cultura que é
diferente”. “É indiscutível que este mundo português tem imensa curiosidade
sobre Macau, da mesma maneira que Macau se quer dar a conhecer a este mundo da
fala portuguesa, por isso, há esta consonância de interesses que, aliados à
capacidade de gerar recursos financeiros, permitirá a tradução, no concreto,
dessas ideias e projectos”.
Necessidade de se expor ao
mundo
Ainda é cedo para revelar
quando as iniciativas se podem materializar mas estarão sempre ligadas à
produção de conteúdos e à percepção e satisfação de necessidades. “Foram várias
as entidades e pessoas com quem conversámos. É possível que dentro em breve
regresse”, garantiu José Eduardo Moniz.
O consultor de Conteúdos de
Entretenimento e Ficção da TVI quer “deixar que o próprio tempo defina as datas
em que as coisas ocorrem”. “Há uma enorme vontade de criar projectos, de os materializar,
e pessoas inteligentes com energias consonantes normalmente conseguem chegar a
acordos interessantes para toda a gente”.
“O objectivo é que aquilo que
façamos não fique circunscrito a um único território, podendo abranger todo
este universo de que falamos. Sempre tivemos uma perspectiva de
internacionalização e é nessa base que funciono, seja naquilo que envolve vários
países, seja em Portugal. Gosto de criar produtos que tenham perspectivas de
aceitação noutros mercados”.
Neste campo, “Macau pode ser
um pólo dinamizador de muitas das acções a desenvolver, não só pela riqueza
cultural, mas também pela ‘necessidade’ de se expor um pouco mais ao mundo,
porque Macau não é só jogo, é muito mais, e todos os aspectos culturais e
questões que atraem milhões de pessoas devem ser potenciados e mostrados”,
defendeu José Eduardo Moniz.
“Independentemente da curiosidade
que o Oriente naturalmente exerce, há questões específicas de Macau que têm a
ver com esta intersecção de culturas entre Portugal e Macau durante séculos,
permitindo que estejamos perante um universo diferente de outras zonas do mundo”.
Por sua vez, Fernando Maia
Cerqueira, também responsável pelos eventuais projectos, sublinhou que os que
serão desenvolvidos no futuro resultarão de uma experiência na área da produção
de conteúdos ajustados à “sofisticação” da oferta em diferentes plataformas.
“Junta-se aqui uma outra parte que é a capacidade de percepcionar as questões
que se colocam a quem pretende comunicar, até do ponto de vista institucional e
corporativo que é um pouco a minha experiência, no sentido de olhar para o
mundo e ver como se pode passar determinado tipo de interesse num mundo que é agressivo
em termos comunicacionais”.
“Temos a juntar a isto o
conhecimento que temos de Macau. José Eduardo Moniz passou por aqui várias
vezes desde os anos 80 e eu conheço Macau há mais de 30 anos, fui fundador da
Teledifusão de Macau. Temos um entendimento do que são as especificidades de
Macau e entendemos bem o que é Macau do ponto de vista da génese, do nascimento
deste território onde se fala a língua portuguesa mas que tem características
de uma civilização poderosa, milenar e que lhe deu um certo exotismo”, destacou
o mesmo responsável.
Esta conjugação de interesses,
levou à intenção de concretizar projectos associados a um território que
precisa de se expandir “no mundo da língua portuguesa”, frisou Fernando Maia
Cerqueira, propondo-se a dar um “contributo relevante”. Inês Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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