Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Angola - Consulado Geral da República comemora em Macau o Dia da Paz em Angola e Reconciliação Nacional

Dia 4 de Abril celebra-se o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional de Angola. Alusivo à ocasião, o Consulado Geral da República de Angola na RAEM organiza este ano, um dia antes, no sábado, o 1º Torneio de Futsal do Dia da Paz em Angola, reunindo nove equipas participantes a representar cada estado-membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Timor-Leste. Eduardo Velasco Galiano, cônsul da República de Angola em Macau, falou ao Ponto Final acerca da significância deste dia

Este sábado, dia 3 de Abril das 8h30 à 13h00, vai decorrer o 1º Torneio de Futsal do Dia da Paz em Angola, no Pavilhão do Estádio da Taipa. Esta actividade foi concebida em prol da celebração da data 4 de Abril, que é feriado em Angola, o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional.

O Cônsul da República de Angola em Macau, Eduardo Velasco Galiano, explicou ao Ponto Final um pouco acerca da iniciativa. “Nós vamos realizar este sábado uma actividade gimnodesportiva alusiva ao Dia da Paz em Angola e Reconciliação Nacional”, começa por explicar o diplomata. “O consulado achou por bem fazer uma manifestação cultural entre os países de língua Portuguesa, incluindo Macau”, acrescentou.

Antes das partidas, haverá uma pequena introdução de aproximadamente 15 minutos, onde um orador falará um pouco sobre o dia que este ano calha no domingo. “O torneio de futebol, onde estarão nove equipas, será um jogo de todos contra todos”, disse o diplomata, realçando que “isto é para homenagear todas as pessoas que morreram ou que tiveram qualquer consequência nesse conflito angolano que durou cerca de 17 anos, a terminar em 2002”. “Por isso celebramos, pois daí até à data presente não tem havido mais nenhum incidente em Angola, as pessoas estão livres de circular, livres de viajar, de procurar oportunidades em toda a parte de Angola. Isto é fruto da paz, da reconciliação nacional que desgraçou muitas vidas inocentes, no fundo, é mais ou menos à volta disso que vamos organizar esta actividade, que será a primeira vez na região administrativa de Macau a ser organizada”, adiantou.

Em relação às pessoas ou jogadores escolhidos a integrar este campeonato, Eduardo Velasco Galiano responde que achou por bem não escolher ninguém em especial. “Juntaram-se alguns interessados, pois o importante vai ser compartilhar esta nossa actividade de homenagem ao 4 de Abril, com os nove países de língua oficial portuguesa, porque directa ou indirectamente, todos os países de língua oficial portuguesa estiveram ou estavam envolvidos uns com os outros, porque o que toca num destes países também toca nos outros, portanto achei por bem fazermos isso dentro de uma conjuntura mais realista dentro dessa organização dos países da CPLP”, apontou.

Angola viveu décadas da sua história em guerra, de 1961 a 1974, contra o Portugal colonial, e a partir de 1975 uma guerra civil, que em 2002 chegou ao fim.

Quando questionado acerca da importância deste dia para a comunidade angolana em Macau, o cônsul responde ser naturalmente de grande relevância. “Os angolanos que vivem em Macau, embora já não vivendo em Angola, uns até há mais de 30, 40 anos, têm família no seu país, e a dor sentida dos familiares em Angola também é sentida pelos familiares que estão de fora. Embora estando aqui em Macau, num território ou província onde tudo é normal, nós temos sempre alguém de família, algum amigo, do outro lado”, indica Eduardo Velasco Galiano  “Mesmo nos outros países de língua oficial portuguesa, há muito encruzamento das comunidades, muitas famílias encruzadas, tal como angolanos a viver com pessoas de todas as outras comunidades, portanto, todo o sentimento de um é o sentimento de todos, a dor de um é sentida por todos, porque ao fim ao cabo, somos todos família, e, como se diz na gíria, ‘estamos todos no mesmo barco’”, acrescentou o diplomata.

O ex-director do protocolo do Estado da República de Angola, agora cônsul em Macau há um ano e dois meses, reitera que a importância desta data é muito grande. “O calar das armas, a diminuição dos óbitos, da inocência das pessoas que morriam sem saber porquê – isto tudo é da maior relevância, a nós angolanos especialmente”, explica.

Sendo o mosaico angolano diversificado, este “dia de muita reflexão” representa muito mais que apenas o fim da guerra e da austeridade, mas a celebração de um país que tem feito progressos económicos e políticos substanciais desde 2002.

O evento é uma actividade sem fins lucrativos e está aberto ao público em geral. O jogo é previsto começar às 9 da manhã. Todas as equipas participantes serão distinguidas com uma medalha alusiva à data, e os vencedores premiados com troféus, tal como uma menção honrosa. Joana Chantre – Macau in “Ponto Final”

Joanachantre.pontofinal@gmail.com


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