Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Austrália - Grande barreira de corais sai da lista de perigo

A Grande Barreira de Corais, maior sistema de corais do mundo localizado no nordeste da Austrália, foi retirada da lista de património “ameaçado” da UNESCO, apesar de continuas a enfrentar “graves ameaças” à sua conservação. A UNESCO reconheceu os esforços das autoridades australianas nos últimos 12 meses para preservar a Grande Barreira de Coral, no entanto, insistiu serem necessárias “acções urgentes e sustentadas” para fortalecer a resiliência desse vasto ecossistema.

A agência da ONU também apelou ao cumprimento das 22 recomendações feitas em 2022, 10 delas consideradas prioritárias, para melhorar os problemas da pesca comercial e a qualidade das águas, deterioradas devido à agricultura, entre outros aspectos. A UNESCO indicou que vai reavaliar a situação da Grande Barreira de Corais em 2024 na reunião do Comité do Património Mundial.

O documento destaca os “avanços importantes” alcançados em termos de resposta às alterações climáticas, qualidade da água e pesca sustentável, que deixam o recife num caminho mais sólido e sustentável, destacaram o Primeiro-Ministro australiano, Anthony Albanese, e o titular da pasta do Ambiente, Tanya Plibersek, em comunicado.

“Se não cumprirmos os objectivos do Acordo de Paris, todos os recifes de coral do mundo ficam vulneráveis”, admitiu o governo trabalhista, que desde que assumiu o poder em 2022 implementou medidas para proteger a Grande Barreira de Corais, cumprindo as suas promessas eleitorais para combater a crise climática.

Em Maio, o Ministério do Ambiente prometeu à UNESCO um investimento de 4,4 mil milhões de dólares australianos (23 mil milhões de patacas) “para assegurar o futuro da Grande Barreira”. Entre as medidas prometidas estão a criação de “zonas proibidas para a pesca” em cerca de um terço da barreira até 2025, além da redução “considerável” da descarga de poluentes da agricultura e indústria e a redução das emissões de CO2 do país.

Ainda assim, a filial australiana da organização não-governamental WWF (Fundo Mundial para a Natureza) instou o Governo a redobrar os esforços para proteger a Grande Barreira de Corais, já que cientistas e especialistas alertam para outro branqueamento maciço de corais no Verão austral devido ao fenómeno El Niño. “Combater as alterações climáticas também é crucial para o futuro do recife, para que este tenha uma possibilidade de lutar (pela sobrevivência)”, disse o chefe de oceanos da WWF-Austrália, Richard Leck.

Com uma extensão de 2300 quilómetros na costa oriental da Austrália, o recife está classificado como Património Mundial desde 1981, mas as alterações climáticas já provocaram seis episódios de branqueamento de corais devido ao aquecimento das suas águas desde 1998. Desde 2010, o Comité do Património Mundial tem expressado preocupação com a situação da Grande Barreira de Corais, mas evitou em duas ocasiões (2013 e 2021) classificá-la como “ameaçada”, o que ameaçaria não só o seu estatuto de Património Mundial como o potencial turístico. A Grande Barreira de Corais contribui com mais de 4000 milhões de dólares americanos para a economia nacional e apoia cerca de 64 mil pessoas que trabalham nesta área protegida de 348000 quilómetros quadrados.

Abrigando 400 tipos de corais, 1500 espécies de peixes e 4000 variedades de moluscos, a Grande Barreira começou a deteriorar-se na década de 1990 devido ao duplo impacto do aquecimento da água do mar e ao aumento da acidez devido à maior presença de CO2 na atmosfera. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


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