A Grande Barreira de Corais, maior sistema de corais do mundo localizado no nordeste da Austrália, foi retirada da lista de património “ameaçado” da UNESCO, apesar de continuas a enfrentar “graves ameaças” à sua conservação. A UNESCO reconheceu os esforços das autoridades australianas nos últimos 12 meses para preservar a Grande Barreira de Coral, no entanto, insistiu serem necessárias “acções urgentes e sustentadas” para fortalecer a resiliência desse vasto ecossistema.
A
agência da ONU também apelou ao cumprimento das 22 recomendações feitas em
2022, 10 delas consideradas prioritárias, para melhorar os problemas da pesca
comercial e a qualidade das águas, deterioradas devido à agricultura, entre
outros aspectos. A UNESCO indicou que vai reavaliar a situação da Grande
Barreira de Corais em 2024 na reunião do Comité do Património Mundial.
O
documento destaca os “avanços importantes” alcançados em termos de resposta às alterações
climáticas, qualidade da água e pesca sustentável, que deixam o recife num
caminho mais sólido e sustentável, destacaram o Primeiro-Ministro australiano,
Anthony Albanese, e o titular da pasta do Ambiente, Tanya Plibersek, em
comunicado.
“Se
não cumprirmos os objectivos do Acordo de Paris, todos os recifes de coral do
mundo ficam vulneráveis”, admitiu o governo trabalhista, que desde que assumiu
o poder em 2022 implementou medidas para proteger a Grande Barreira de Corais,
cumprindo as suas promessas eleitorais para combater a crise climática.
Em
Maio, o Ministério do Ambiente prometeu à UNESCO um investimento de 4,4 mil
milhões de dólares australianos (23 mil milhões de patacas) “para assegurar o
futuro da Grande Barreira”. Entre as medidas prometidas estão a criação de
“zonas proibidas para a pesca” em cerca de um terço da barreira até 2025, além
da redução “considerável” da descarga de poluentes da agricultura e indústria e
a redução das emissões de CO2 do país.
Ainda
assim, a filial australiana da organização não-governamental WWF (Fundo Mundial
para a Natureza) instou o Governo a redobrar os esforços para proteger a Grande
Barreira de Corais, já que cientistas e especialistas alertam para outro
branqueamento maciço de corais no Verão austral devido ao fenómeno El Niño.
“Combater as alterações climáticas também é crucial para o futuro do recife,
para que este tenha uma possibilidade de lutar (pela sobrevivência)”, disse o
chefe de oceanos da WWF-Austrália, Richard Leck.
Com
uma extensão de 2300 quilómetros na costa oriental da Austrália, o recife está
classificado como Património Mundial desde 1981, mas as alterações climáticas
já provocaram seis episódios de branqueamento de corais devido ao aquecimento
das suas águas desde 1998. Desde 2010, o Comité do Património Mundial tem
expressado preocupação com a situação da Grande Barreira de Corais, mas evitou
em duas ocasiões (2013 e 2021) classificá-la como “ameaçada”, o que ameaçaria
não só o seu estatuto de Património Mundial como o potencial turístico. A
Grande Barreira de Corais contribui com mais de 4000 milhões de dólares
americanos para a economia nacional e apoia cerca de 64 mil pessoas que
trabalham nesta área protegida de 348000 quilómetros quadrados.
Abrigando
400 tipos de corais, 1500 espécies de peixes e 4000 variedades de moluscos, a
Grande Barreira começou a deteriorar-se na década de 1990 devido ao duplo
impacto do aquecimento da água do mar e ao aumento da acidez devido à maior
presença de CO2 na atmosfera. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”
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