Durante muito tempo, portugueses
e espanhóis viveram de costas, apesar de compartilhar uma fronteira e cultura
similar. Os tempos mudaram e, nesse processo, a aprendizagem da língua teve
muito que dizer.
Aprender uma língua abre
mentes e destrói estereótipos. A Extremadura “fala português, está na vanguarda
da aprendizagem da língua e cultura lusa. Três em cada quatro pessoas que
estudam em Espanha o fazem na Comunidade. Na última década, houve um crescimento
exponencial de pessoas interessadas, o último curso ultrapassou os 19000
alunos.
A Junta da Extremadura e o Instituto
Camões assinaram há alguns meses atrás um memorando que consolida o português
como segunda língua estrangeira no sistema de ensino não universitário. A
Associação de Professores de Português na Extremadura aplaude os avanços,
também com a possibilidade da criação de centros bilingues, embora ainda não
seja claro como será articulada a medida para que seja uma realidade.
A decisão de incorporá-la no
centro educativo como segunda língua será da direcção e do instituto em
questão. É voluntário. "Se nenhum centro escolher, ninguém vai ensiná-la. Tem
que ficar claro como isso será feito".
Caso contrário, tudo pode ser
deixado em “papel molhado”, explica Jacques Songy, representante da associação
de professores. É verdade que há muitas ideias, muito entusiasmo das
instituições, mas são necessários fundamentos que mostrem que isso será
colocado em prática.
Existem centros que não querem
e outros em que pode gerar-se uma rivalidade com o francês. "Consideramos
que é compatível uma oferta de ambas as línguas (francês e português) na
região. Devemos apostar no ensino de idiomas."
Mais
lugares de professores
Os professores de português
destacam outros avanços, sendo o mais importante o aumento de vagas nos exames
secundários recentes, com a convocação de mais 13 professores. Ao qual são
adicionados outros 10 através da Escola Oficial de Idiomas. Além disso, foi
recuperado no teste da EBAU o português como segunda língua.
Nos exames anteriores, a
oferta tinha sido muito limitada, sem dar muitas opções aos recém-formados em
Filologia Portuguesa para se integrarem no ensino. Também tem sido frequente a
presença de professores de outras especialidades que ensinaram esta matéria com
o certificado B2.
Acordo
transfronteiriço
A Junta explica que nos
últimos cinco anos quase que duplicou o número de alunos que estudam esta língua
como segunda e terceira língua estrangeira, passando de 5056 no ano lectivo de
2013-2014 para 9076 alunos na actualidade.
Outras actividades de formação
e programas de ensino e aprendizagem da língua e cultura portuguesas são
acrescentadas, por exemplo, na Escola de Línguas ou na plataforma online da Librarium, que tem livros em
Português. Jesús Conde - Espanha In “El
Diario”
Sem comentários:
Enviar um comentário