O Porta-Helicópteros
Multipropósito (PHM) Atlântico será a primeira embarcação brasileira equipada
com radar 3D. O navio foi adquirido da Royal Navy, a Marinha britânica, por
cerca de 84 milhões de euros, segundo a mídia local, e deverá reforçar a capacidade
operacional da Esquadra Brasileira. Isso é o que defende o ex-militar da
Marinha do Brasil e consultor de assuntos militares Alexandre Galante, que em
entrevista à Sputnik Brasil afirmou que a compra permitirá o retorno das
operações com helicópteros por parte da Armada.
“A Marinha vai poder voltar a
operar com os seus helicópteros da Força Aeronaval de forma plena, o que não
era possível desde a desativação do porta-aviões São Paulo”, destaca o
especialista. Atualmente, segundo Galante, “o navio de desembarque Bahia, que foi
adquirido da Marinha francesa, pode operar helicópteros, mas de forma
limitada”, disse.
Apesar de ser usado há 20 anos
pela Marinha Britânica, o porta-helicópteros PHM Atlântico passou por
modernizações nos últimos anos, o que permitiu que ele fosse adaptado com
tecnologias consideradas modernas.
O navio de 203 metros tem
capacidade para levar até 18 aeronaves de diversos tipos, 465 tripulantes e 800
fuzileiros. A embarcação ainda pode abrigar, em missões humanitárias, um
hospital de emergências nos conveses inferiores.
Para Alexandre Galante, no entanto,
o maior diferencial nesse porta-helicópteros é o radar 3D Artisan, que
aumentará a capacidade operacional da Marinha. O equipamento, cujos detalhes de
funcionamento são confidenciais, seria capaz de rastrear e vigiar mais de 900
alvos simultaneamente.
Além dele, a embarcação ainda
é equipada com o moderno Membrane Bio-React, um sistema de tratamento sanitário
desenvolvido para processar águas residuais e esgoto que circulam a bordo.
“O navio é um multiplicador de
forças da Marinha do Brasil. Ele pode realizar vários tipos de missões, de
humanitárias a operações de guerra, como desembarque anfíbio, controle de área
marítima, guerra antissubmarino”, enfatiza o consultor de assuntos militares.
Apesar dos avanços, Galante
ressalta que não haverá transferência de tecnologia.
“O que está sendo feito é um
treinamento dos tripulantes brasileiros para operar o sistema. Quando o navio
chegar ao Brasil, ele receberá diversos sistemas da nossa Marinha, para que
fique pronto para operar da melhor maneira possível”, afirmou.
Além de ações humanitárias no
Kosovo e na América Central, o antigo HMS Ocean participou de ações de combate,
como a intervenção britânica na guerra civil de Serra Leoa e na guerra do
Iraque.
Nas próximas três semanas, a
embarcação e sua tripulação passarão por um intenso programa de treinamentos no
porto e no mar, com o Centro de Instrução da Marinha do Reino Unido, o Flag
Officer Sea Training. In “Sputnik Brasil” - Brasil
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