A Comissão Europeia publicou,
recentemente, um novo estudo de mercado sobre as energias oceânicas, elaborado
pelo WavEC Offshore Renewables e a empresa italiana COGEA.
Baseado no Roadmap Estratégico
para a Construção do Setor de Energias Oceânicas, de 2016, publicado pelo Fórum
de Energias Oceânicas, este novo estudo estima o potencial de desenvolvimento
futuro na Europa segundo três cenários (otimista, médio e pessimista), o
investimento necessário para alcançar esse potencial, e as lacunas, barreias e
desafios relativos ao investimento privado. O estudo propõe, igualmente,
recomendações para responder às ações propostas no Roadmap de 2016.
Os principais resultados deste
estudo indicam que as energias oceânicas podem atingir os 3.9 GW em capacidade
instalada cumulativa, em 2030, na Europa. Este valor desce para 2.8 GW no
cenário médio, e para 1.3 GW no pessimista.
Excluindo os projetos de
contenção de marés, o investimento necessário para atingir a capacidade do
cenário otimista é de 9.4 mil milhões de euros. No cenário médio este valor
desce para 7 mil milhões, e no cenário pessimista para 2.8 mil milhões. Até à
data, globalmente, já foram investidos 6 mil milhões de euros, a maioria
provenientes de fontes privadas. A CE, através de programas de financiamento,
já investiu mais de 200 milhões de euros em atividades de investigação e
desenvolvimento no setor, e o investimento dos estados membros através de
fundos estruturais atingirá o marco de mil milhões em 2020.
Apesar de existirem diferentes
instrumentos de financiamento nacionais e europeus para protótipos e projetos
de demonstração, há uma falta de massa crítica financeira para acelerar o setor
até projetos de dimensão comercial. Devido ao risco associado e o nível de
investimento inicial necessário, o investimento privado e de capitais de risco
é normalmente baixo e insuficiente, e empréstimos são sujeitos a taxas de juro
elevadas. Assim, a maioria do investimento privado vem de fundos próprios, o
que limita a disponibilidade de recursos.
Os fundos propostos no Roadmap
para as energias oceânicas poderão levar o setor até à maturidade, através da
utilização de fundos públicos para potenciar investimento privado, mas poderão
não ser suficientes para avançar o setor até ao ponto de autossustentabilidade.
É recomendada a implementação de mecanismos de suporte à produção, se possível
com consistência a nível europeu, de modo a diminuir a incerteza associada aos
proveitos dos projetos.
O setor do eólico offshore, um setor já pré-comercial mas
ainda subsidiado, levou 13 anos a atingir o primeiro gigawatt de capacidade
instalada na Europa, menos de três para duplicar essa capacidade, e cinco para
quintuplicar. Atentando às diferenças técnicas, é possível que as energias
oceânicas não sigam exatamente o mesmo percurso, mas uma visão clara e suporte
estável permitirão avançar o setor, com ganhos a longo termo.
Ana Brito e Melo, Diretora
Executiva do WavEC, comentando sobre o estudo, diz: “Reunir os recursos
financeiros necessários para expandir a produção de energia por fontes
renováveis oceânicas e competir no mercado de energia é sem dúvida um dos
desafios mais difíceis que este setor enfrenta. Este relatório além de apresentar
resultados sobre os níveis de financiamento necessários, discute mecanismos
financeiros de apoio que devem ser implementados de uma forma consistente pelos
Estados-Membros europeus.” In “WavEC” - Portugal
A publicação encontra-se
disponível para consulta em língua inglesa aqui.
WavEC
Offshore Renewables é uma associação privada sem fins lucrativos
dedicada à consultoria e atividades de I&D na área da energia renovável
marinha, aquacultura offshore e
soluções especiais de engenharia.
WavEC Offshore Renewables – Centro de Energia Offshore
Morada: Rua Dom Jerónimo Osório, nº 11, 1º, 1400 – 119, Lisboa, Portugal
Tel.: +351 21 848 2655
mail@wavec.org
+351 21 848 2655
http://www.wavec.org/
Morada: Rua Dom Jerónimo Osório, nº 11, 1º, 1400 – 119, Lisboa, Portugal
Tel.: +351 21 848 2655
mail@wavec.org
+351 21 848 2655
http://www.wavec.org/
Sem comentários:
Enviar um comentário