Cidade da Praia – O
primeiro-ministro, Ulisses Correa e Silva, disse hoje que a inauguração da
primeira Casa do Benfica em África no Largo que sustenta o nome de uma das
maiores glórias do clube da Luz, Eusébio da Silva Ferreira, é um “casamento
perfeito”.
O chefe do Governo fez estas
declarações à imprensa à margem da inauguração da Casa do Benfica situada no
maior bairro do país, Achada de Santo António, na cidade da Praia.
Lembrou que o saudoso Eusébio
esteve no referido Largo quando a Câmara Municipal da Praia o homenageou,
atribuindo seu nome à rua hoje transformada em pedonal.
“Na altura, já se pensava na
criação da Casa do Benfica e houve todo um desenvolvimento de negociações e
conseguiu-se ter aqui uma Casa do Benfica de referência, que faz uma pequena
réplica do Estádio da Luz”, precisou Ulisses Correia Silva que, no início de
todo o processo para a construção da referida infra-estrutura, era presidente
da Câmara Municipal da Praia.
Para Correia e Silva, a Casa
do Benfica em Achada de Santo António valoriza este bairro, onde a presença
benfiquista é “muito forte”.
Instado se a primeira Casa do
Benfica em Cabo Verde constitui um orgulho para o país, afirmou que sim e
lembrou que desde a primeira hora o presidente Luís Filipe Vieira defendeu que
desejaria algo que pudesse ser “referência para outras Casas do Benfica no
mundo.
Sobre a criação de uma escola
do Benfica na Praia, o primeiro-ministro assegurou que esta hipótese havia sido
avançada, quando de uma visita de Luís Filipe Vieira à capital cabo-verdiana.
“Creio que ainda está de pé a
possibilidade da criação de uma escola para permitir que jovens e crianças
possam ter iniciação no desporto”, enfatizou Correia e Silva, para quem Cabo
Verde tem “muitos talentos, alguns dos quais já passaram pelo Benfica e pela
própria selecção portuguesa”.
“Neste momento, há três
cabo-verdianos na selecção portuguesa e mais um bisneto de cabo-verdianos
(Cristiano Ronaldo)”, sublinhou, acrescentando que o arquipélago dispõe de
matéria-prima para ser trabalhada em termos desportivos, capaz de permitir ao país contar com “bons
talentos que possam representar a selecção nacional e também serem bons actores nos palcos mundiais”.
Apesar de não ser benfiquista,
já que é adepto do Sporting Clube de Lisboa, o primeiro-ministro fez questão de
realçar que o clube da Luz é uma “marca internacional, o maior embaixador de
Portugal e presente em todas as comunidades lusófonas”.
Diante do apelo do edil
praiense no sentido de continuar a apoiar a Casa do Benfica em Cabo Verde, o
chefe do Governo garantiu que o Largo Eusébio da Silva Ferreira vai ser
“objecto de intervenções com vista a melhorar o nível da iluminação pública”.
Para o presidente da Casa do
Benfica na Praia, Lumumba Barbosa, doravante há “novos desafios” que impendem sobre
os ombros dos responsáveis que vão no sentido de fazer com que a
infra-estrutura ora inaugurada “funcione com qualidade e dinâmica”.
“Somos a única casa oficial
(do Benfica) em toda a África dotada de um dos mais modernos sistemas montados
e que nos permitem prestar todos os serviços do Benfica”, indicou Lumumba
Barbosa.
Por seu turno, o
vice-presidente do Sport Clube Benfica de Lisboa, Alcino António, recordou, de forma
emocionada, o falecido Carlos Alhinho que, segundo ele, foi uma das estrelas do
futebol cabo-verdiano que passaram pelo Benfica, tendo feito 90 jogos pelo
clube, além de ter envergado a camisola da selecção portuguesa.
Recordou, ainda, Alberto
Gomes, que fez 120 jogos pelo clube da Luz e, não obstante ter nascido na
Guiné-Bissau, adoptou Cabo Verde como seu país.
“Quando se lesionava,
acreditava que eram as areias quentes das praias de Cabo Verde que lhe tratavam
as lesões e vinha para cá”, declarou Alcino António, referindo-se à antiga
glória do Benfica, Alberto Gomes.
A anteceder à inauguração da
Casa do Benfica, que contou com a presença da antiga glória dos encarnados,
Pedro Mantorras, o pároco da freguesia de Nossa Senhora do Socorro, o padre
Constantino Bento, implorou a bênção de Deus sobre a nova infra-estrutura no
Largo Eusébio, com o apelo para que seja “bem utilizada e sirva a comunidade
local e não só”. In “Inforpress” – Cabo Verde
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