Brasil
vai apoiar desenvolvimento do Poder Naval de Angola
Os ministros da Defesa do Brasil, Celso
Amorim, e de Angola, João Manuel Lourenço, assinaram, na passada sexta-feira,
05 de Setembro de 2014, o Memorando de Entendimento Técnico que viabilizará o
apoio da Marinha na implementação do Programa de Desenvolvimento do Poder Naval
Angolano (Pronaval). De acordo com o documento, os africanos deverão adquirir
sete navios-patrulhas a serem produzidos pela Empresa Gerencial de Projetos
Navais (Emgepron) da Força Naval Brasileira.
A previsão é que quatro das embarcações sejam
produzidas pela Emgepron no Rio de Janeiro. Os demais navios-patrulha deverão
ser fabricados em estaleiro a ser montado a 200 km ao sul de Luanda, capital do
país, com assessoria técnica, materiais e equipamentos brasileiros. Além disso,
a Marinha do Brasil deverá atuar na formação e capacitação de pessoal tanto
para operar as embarcações como para a fabricação que será feita no novo
estaleiro.
Os sete navios-patrulha terão 500 toneladas
cada um e a configuração técnica será definida durante a fase de negociação dos
contratos de fabricação e fornecimento de serviços. De acordo com o ministro
João Manuel Lourenço, a assinatura do memorando é o primeiro passo para
“aumentar a infra-estrutura estaleira e os meios navais da Marinha de Guerra
angolana.”
Para Lourenço, o fortalecimento das patrulhas
na costa angolana permitirá ao país combater ameaças que, segundo o dirigente,
“fazem parte do mundo contemporâneo”: a pirataria marítima e o terrorismo.
“Faremos de tudo para a que implementação dessa cooperação não demore.”
Atlântico
Sul
Em seu pronunciamento, o ministro Celso
Amorim ressaltou os laços históricos e culturais entre os dois países,
destacando o fato de o Brasil ter sido a primeira nação a reconhecer a
independência de Angola de Portugal, em 1975. Amorim disse que a parceria com o
país é altamente estratégica, sobretudo pelo interesse recíproco na vigilância
do Atlântico Sul.
Os dois países, junto de 23 outras nações
africanas e sul-americanas, são signatários da Zona de Paz e Cooperação do
Atlântico Sul (Zopacas), organismo multilateral criado pelas Nações Unidas
(ONU), em 1986, com o objetivo de evitar a introdução de armamentos nucleares e
de destruição em massa na região.
“Angola é uma nação pujante e cada vez mais
atuante na África. Temos uma relação de amizade e de grande respeito mútuo. Não
é de interesse ao Brasil ter uma atitude paternalista com Angola, até porque os
angolanos não aceitariam isso”, disse o ministro Amorim.
Além da compra dos sete navios-patrulha e da
assessoria na construção do estaleiro, o memorando de entendimento prevê a
cooperação na área acadêmica e a formação e capacitação de pessoal para
construir e operar as embarcações, bem como para a qualificação de homens da
marinha mercante.
BID-Brasil
A delegação angolana participou da 3ª Mostra
BID Brasil, evento organizado pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela ABIMDE (Associação Brasileira
das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), com apoio do Ministério da
Defesa e que reuniu quase 100 empresas do setor no Centro de Convenções Ulisses
Guimarães, em Brasília. Os visitantes se interessaram por várias soluções e
equipamentos apresentados na feira e participaram de reuniões de negócios com
empresas brasileiras do setor. In “Defesanet” – Brasil
Poderá aceder na íntegra ao Memorando de Entendimento
Técnico assinado pelo Brasil e Angola aqui.
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