O Vietname está disponível para ajudar a Guiné-Bissau a construir a sua frota nacional de pesca e para lançar uma quota anual de arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, anunciou, em Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros
Carlos
Pinto Pereira falava numa conferência de imprensa de balanço das recentes
deslocações do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, à China, para a nona
conferência China – África, ao Vietname e aos Emirados Árabes Unidos.
Sobre
a deslocação ao Vietname, o chefe da diplomacia guineense afirmou que Umaro
Sissoco Embaló solicitou ao Governo daquele país que avalie a possibilidade de
transferir para a Guiné-Bissau parte dos navios que vão para abate, no quadro
da redução do esforço de pesca. “O Vietname está a reduzir a sua produção de
pesca. Eles estão a ganhar dinheiro com piscicultura ou aquacultura, por isso
estão a retirar alguns navios do circuito”, afirmou Carlos Pinto Pereira.
O
Governo guineense instou o Vietname a enviar alguns desses navios para a
Guiné-Bissau, para que sejam constituídas empresas mistas ou empresas
inteiramente vietnamitas que passem a pescar no país africano lusófono.
O
objectivo, adiantou o chefe da diplomacia guineense, é, por um lado, criar a
frota nacional de pesca, e por outro lado, transformar o pescado capturado e
vender para o estrangeiro. “A resposta política do Vietname foi positiva. Agora
vão falar com os empresários deles para que venham trabalhar na Guiné-Bissau”,
afirmou Pinto Pereira, salientando que o país também tem condições para
desenvolver a piscicultura.
O
Vietname mostrou igualmente abertura em atribuir à Guiné-Bissau uma quota anual
de cerca de 150 mil toneladas de arroz, base da dieta alimentar dos guineenses,
e que deverão ser adquiridos em condições vantajosas pelos empresários
guineenses, indicou.
Aquele
país asiático também está disponível para ajudar a Guiné-Bissau a transformar
localmente a sua castanha do caju, tendo indicado ao Presidente guineense que é
o principal comprador daquele produto. “Ficámos a saber que, afinal, o Vietname
é o principal comprador da castanha do caju da Guiné-Bissau, não a Índia, como
se diz, porque a referência bancária é a Índia, mas quem, de facto, compra o
nosso caju é o Vietname, que só no ano passado comprou cerca de 150 mil
toneladas”, precisou o chefe da diplomacia guineense.
A
Guiné-Bissau tem o caju como seu principal produto agrícola e de exportação. O
país exporta anualmente cerca de 200 mil toneladas da castanha do caju, em
estado natural, e, com o apoio do Vietname, o produto poderá ser transformado
localmente. “Empresários vietnamitas devem chegar ao país brevemente para
instalação de fábrica de transformação”, disse Carlos Pinto Pereira, adiantando
que o Vietname também se mostrou aberto a formar quadros guineenses no domínio
da agricultura.
Por
seu turno, a China comunicou a Sissoco Embaló que uma equipa técnica já se
encontra em Bissau para iniciar a avaliação do projecto de construção de 300
quilómetros de estradas e uma outra deverá deslocar-se ao país, em breve, para
analisar os mecanismos para construção de um campus universitário para 12 mil
alunos, adiantou.
Técnicos
chineses também já se encontram na Guiné-Bissau para trabalhar com homólogos
guineenses na produção do arroz, bem como na transformação da batata-doce,
inhame e amendoim produzidos no país, salientou.
Nos
Emirados Árabes Unidos, Umaro Sissoco Embaló recebeu “garantias firmes” das
autoridades em como “vão avançar” os projetos de construção de um hospital de
referência na Guiné-Bissau e ainda a instância turística na ilha de Caravela,
frisou o chefe da diplomacia guineense. Para Carlos Pinto Pereira, as visitas
aos três países asiáticos “foram bastante positivas” para a Guiné-Bissau. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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