A ministra da Educação de Timor-Leste, Dulce de Jesus Soares, afirmou que a parceria com Portugal tem sido “vital na melhoria da qualidade de ensino” no país
A
ministra falava na Escola CAFE (Centro de Aprendizagem e Formação Escolar) de
Díli, uma das 13 que existem em Timor-Leste, durante a visita do ministro dos
Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, àquele estabelecimento de
ensino, frequentado por 1250 alunos desde o pré-escolar até ao secundário.
“Expresso
publicamente o nosso profundo agradecimento pelo compromisso contínuo de
Portugal com Timor-Leste, sobretudo na cooperação educacional, que tem
proporcionado benefícios incalculáveis para o nosso sistema de ensino e para o
desenvolvimento do nosso capital humano”, afirmou Dulce de Jesus Soares. “Esta
parceria tem sido vital na melhoria da qualidade do ensino e na construção de
uma sociedade mais justa e igualitária”, salientou a ministra timorense.
Durante
a visita, Dulce Soares e Paulo Rangel assistiram também a um pequeno espetáculo
preparado pelos alunos, que incluiu a música “Somos Livres”, numa alusão aos 50
anos da revolução de abril, e o poema “Lágrima de Preta”, de António Gedeão.
No
seu discurso, Paulo Rangel destacou “os alunos, os professores e os
auxiliares”, agradecendo a todos que com “grande brio” e “amor” trabalham com
aquelas crianças e jovens timorenses. “É um projecto fortíssimo que está a
fazer um bem enorme a tantas crianças e a tantos jovens”, disse o ministro.
Dirigindo-se
aos alunos, Paulo Rangel afirmou que António Gedeão era o seu poeta favorito,
dizendo de seguida o poema do poeta português, “Catedral de Burgos”, que
“ensina como nós a partir de uma coisa tão pequena somos capazes de alcançar
coisas gigantes”. “Isto é o que é este projeto, é pegar nas coisas mais
pequenas para que toda esta juventude, todas estas crianças, possam alcançar
coisas gigantes”, disse o ministro.
O
projecto CAFE foi iniciado há 10 anos, em 2014, e “continuou, foi crescendo,
primeiro só alguns níveis de escolaridade e neste momento desde o pré-escolar
até ao secundário”, disse à Lusa Lina Vicente, coordenadora portuguesa do lado
português do projeto, que é implementado em conjunto com Timor-Leste.
O
CAFE, como explicou Lina Vicente, tem dois grandes pilares, nomeadamente o
ensino de qualidade na sala de aula e, por outro lado, uma formação
complementar aos professores timorenses.
Nas
escolas CAFE, as aulas são dadas em português, mas os alunos têm também aulas
tétum, segunda língua oficial de Timor-Leste. Aqueles estabelecimentos de
ensino, localizados em 12 municípios e no enclave de Oecussi, são frequentadas
por 11.125 alunos e
“sempre com pedido de inscrição para entrarem mais para o ano”, salientou a
coordenadora do projeto.
Actualmente,
Portugal tem 138 professores portugueses destacados em Timor-Leste. Em Março do
ano passado foi assinado um protocolo entre os dois países que prevê a expansão
das escolas CAFE para Ataúro, ilha situada em frente a Díli, e para os postos
administrativos. “Este ano começamos no posto administrativo de Maubisse. É uma
escola básica, tem até ao nono ano e nós temos três professores portugueses a
trabalhar em conjunto com os professores timorenses”, disse. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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