“Sabia que existem mexilhões que não vivem no mar?” é o mote da nova exposição “Mexilhões de Água Doce” que poderá encontrar no SEA LIFE Porto, criada em conjunto com o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto – CIIMAR-UP -, e que tem como objetivo consciencializar a população para aquelas que são ainda espécies desconhecidas, mas deveras importantes para os nossos ecossistemas de água doce.
Disponível
até ao final do ano, a exposição poderá ser vista por miúdos e graúdos no SEA
LIFE Porto, e dará a conhecer mais sobre os mexilhões de água doce, a sua
biologia, importância ecológica e o seu ciclo de vida único, que inclui uma
relação de dependência com um peixe.
“Em
Portugal, existem seis espécies de mexilhões de água doce e três delas
encontram-se criticamente em perigo, estando as restantes também em vias de
extinção. Contrariamente aos mexilhões marinhos, os mexilhões de água doce –
como indica o nome – vivem apenas nos rios e lagos, e não se conseguem agarrar
a rochas, mas conseguem mover-se com ajuda do seu “pé”, começa por explicar Ana
Ferreira, Curadora do SEA LIFE Porto, citada em comunicado.
O
diretor geral acrescenta que “no SEA LIFE sempre nos aliámos a outras entidades
com os mesmos objetivos que nós no que refere à conservação das espécies
aquáticas, e o que pretendemos com esta exposição é trazer o extenso
conhecimento do CIIMAR para o nosso público, nomeadamente as crianças e jovens,
promovendo uma consciencialização mais alargada acerca destas espécies
autóctones, tão importantes, mas ainda desconhecidas. Para protegermos a vida
aquática, temos de a conhecer”.
Com
uma exposição pequena, mas impactante, o maior aquário do Norte do país
procura, sobretudo, apresentar espécies que a maior parte da população
portuguesa não sabe que existem… e muito menos que estão em vias de extinção.
Elsa
Froufe, Investigadora Principal da Equipa de Investigação em Evolução e
Ecologia Aquática do CIIMAR-UP, e co-autora desta exposição, explica que “há 20
anos, houve um levantamento da distribuição de espécies de mexilhões de água
doce em Portugal (continental). Agora, quisemos replicar esse levantamento e
verificamos que em 67% dos locais as espécies tinham desaparecido.”
Estas
espécies, desconhecidas da população, são muito importantes porque promovem o
aumento da qualidade da água e o equilíbrio dos ecossistemas. “Como parte
integrante dos ecossistemas de água doce, o seu declínio levará a consequências
catastróficas não só nos ecossistemas, mas também em todos os organismos que
dependem da água (nós incluídos!). E por isso, é muito importante serem dadas a
conhecer, mostrando como influenciam os nossos ecossistemas e de que forma a
sua extinção silenciosa poderá ter consequências futuras”, acrescenta a
investigadora do CIIMAR.
Algumas
das ameaças aos mexilhões de água doce são a poluição, alterações climáticas, a
degradação dos habitats, a construção de barragens/barreiras, secas e escassez
de água e, também, espécies invasoras.
A
exposição “Mexilhões de Água Doce” pode ser vista no SEA LIFE Porto de segunda
a sexta das 10h00 às 18h00 e ao fim de semana das 10h00 às 19h00. In “Green
Savers” - Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário