Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 15 de setembro de 2024

A voar por cima das águas










Vamos aprender português, cantando

 

A voar por cima das águas


Oh, ai, meu bem, como baila o bailador

oh, meu amor, a caravela também

oh, bonitinha, ai, que é das penas que é das mágoas

sendo nós como a sardinha a voar por cima das águas

 

Vai de roda quem quiser

e diga o que tem a dizer (certo)

sonhei muitos, muitos anos por esta hora chegada

de Lisboa para a Índia vou agora de abalada

 

Mas em frente de Sesimbra, logo um corsário francês

nos atirou para Melides com o barco feito em três

e por Deus e por el-rei, que grande volta que eu dei

 

Oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

 

Oh, ai, meu bem, como baila o bailador

oh, meu amor, a caravela também

oh, bonitinha, ai, que é das penas, que é das mágoas

sendo nós como a sardinha a voar por cima das águas

 

Ena, que alegria enorme (hey)

uns mais ou menos conforme (certo)

mas que terras, maravilha, mais parece uma aguarela

que eu vejo da minha barca branca, azul e amarela

 

A lua dormia ali e com o sol é tal namoro

que as montanhas estavam prenhas e pariam prata e ouro

com Jesus no coração faz as contas, ó Fernão

 

Oh, é tão lindo,

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

 

Oh, ai, meu bem, como baila o bailador

oh, meu amor, a caravela também

oh, bonitinha, ai, que é das penas, que é das mágoas

sendo nós como a sardinha a voar por cima das águas

 

Mais cuidado no bailado

que andamos tão baralhados (certo)

nunca vi bichos medonhos tão soltos e atrevidos

que nos fomos logo a pique com o bafo dos seus grunhidos

 

E todo nu sobre o penedo de mãos postas a rezar

até me tremiam as carnes por os não ter no lugar

e ainda por cima a chover, vejam lá o meu azar

 

Oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

 

Oh, ai, meu bem, como baila o bailador

oh, meu amor, a caravela também

oh, bonitinha, ai, que é das penas, que é das mágoas

sendo nós como a sardinha a voar por cima das águas

 

Ei valente rapazinho (ah)

a cantar ao desafio (certo)

matei mouros, malabares, quem foi à guerra fui eu

afundei grandes armadas, nunca ninguém me venceu

mas ao ver o cu de um mouro foi tal susto, grande e forte

qu’intéa bexiga mijei e de todo estive à morte

siga a roda sem parar, que a gente vai a voar

 

Oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

oh, é tão lindo, oh, é tão lindo

 

Fábia Rebordão – Portugal

Composição:

Fausto Bordalo Dias - Portugal


 

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