O Jardim de Infância D. José da Costa Nunes deu as boas-vindas a 226 crianças, no arranque de mais um ano lectivo, que decorreu com normalidade. Felizbina Gomes indicou ao Jornal Tribuna de Macau que há intenção de reforçar o apoio à língua portuguesa, daí terem sido contratadas mais duas educadoras em Portugal numa altura em que se verifica uma redução no número de alunos e de turmas. Segundo disse, esta questão ainda está a ser estudada. Por outro lado, revelou que, depois de Fevereiro, o Costa Nunes será alvo de uma inspecção por parte dos Serviços de Educação
O
ano lectivo 2024/2025 arrancou no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes,
com um total de 226 crianças inscritas. A directora da instituição indicou ao
Jornal Tribuna de Macau que o começo das aulas estava a “correr muito bem”, um
dia depois de ter havido uma reunião com os encarregados de educação. Este ano
verifica-se uma quebra no número de alunos de cerca de 11%, face aos 255 que
frequentavam a instituição no ano passado. O número de turmas foi, assim,
reduzido de 13 para 12.
Felizbina
Gomes adiantou ainda que as duas professoras que estavam a ser contratadas em
Portugal chegaram a tempo do começo das aulas, tendo iniciado funções na
segunda-feira. “A integração está a correr bem, está ainda na fase inicial de
adaptação”, sublinhou a directora. O jardim de infância conta, assim, com um
total de 23 educadoras.
Este
ano, o Costa Nunes poderá reforçar o apoio no âmbito da língua portuguesa,
revelou Felizbina Gomes. Nas aulas, as educadoras optam sempre por utilizar o português
como primeira língua, usando o inglês ou chinês para transmitir alguma mensagem
ou conseguir comunicar com alunos que não falam a língua de Camões. A estas
crianças é dado um apoio específico.
“Estamos
sempre a dar um apoio de língua portuguesa, direccionado especificamente para a
leitura, expressão oral e comunicação. O apoio é dado durante o período de
aula, porque depois das 16h00 as crianças já estão exaustas. O português tem de
ser ensinado de forma mais lúdica, mas exige sempre muita concentração”,
observou Felizbina Gomes, à frente do Costa Nunes desde Setembro de 2022.
Apesar
de considerar que o trabalho neste âmbito tem sido frutífero, a directora do
jardim de infância de matriz portuguesa indicou que está a ser estudada a
hipótese de reforçar este apoio de português. “Estamos a estudar e ver se há
condições para ver se realmente precisamos de um maior reforço ao nível da língua
portuguesa, porque temos crianças chinesas que precisam mesmo de aprender
mais”, vincou.
Felizbina
Gomes explicou que foi por esta razão que, este ano, apesar de haver menos
turmas, foram recrutadas mais duas educadoras portuguesas, “no sentido de poder
haver uma melhor preparação ao nível da língua portuguesa para as crianças”. A
docente acrescentou, assim, que periodicamente o trabalho feito nesta área será
avaliado, procurando depois “soluções” para que os alunos possam ter uma melhor
aprendizagem.
“Isto
é muito importante para que as crianças possam ir bem preparadas para a Escola
Portuguesa”, continuou Felizbina Gomes, apontando que as crianças que
terminaram o último ano do ensino infantil no ano passado foram
maioritariamente para a EPM, apesar de haver também quem opte por um seguimento
do ensino em língua inglesa ou em escolas luso-chinesas.
Questionada
sobre o número de alunos cuja língua materna não é o Português, Felizbina Gomes
indicou que não tem ainda dados estatísticos, uma vez que prossegue a recolha
de informações junto dos pais das novas crianças.
Disse
ainda que também o terapeuta da fala recrutado em Portugal irá começar a dar as
sessões aos alunos com necessidades. Segundo disse, nesta fase inicial estão
sinalizadas 11 crianças para receber apoio de terapia da fala, um número que
pode ainda oscilar, já que se aguarda confirmação por parte da Direcção dos
Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).
A
partir de Outubro, por outro lado, vão ser lançadas actividades
extracurriculares, como futebol, culinária, artes e informática, uma novidade
este ano. “Estas actividades são facultativas e os pais vão poder então
escolher quais as que consideram mais convenientes e fundamentais para o
desenvolvimento da criança”, apontou.
Avaliação externa depois de Fevereiro
Por
outro lado, Felizbina Gomes indicou à Tribuna de Macau que o Costa Nunes vai,
este ano, ser alvo de uma avaliação externa por parte dos Serviços de Educação.
“É um procedimento, uma inspecção que é normalmente feita às escolas de Macau.
O pessoal da DSEDJ vai ser destacado para observação, quer ao nível do funcionamento
da escola, quer das aulas, e também ao nível da recolha das entrevistas aos
pais e aos educadores”, indicou.
Esta
inspecção está prevista para o segundo semestre, ou seja, para depois de
Fevereiro. “Agora ainda estamos numa fase inicial de reuniões, de ver os
processos e também de rever os horários. É uma fase inicial, por isso a DSEDJ
deixa esse trabalho para o segundo semestre”, acrescentou.
Questionada
sobre se há alguma preocupação neste âmbito, Felizbina Gomes disse que “está
tudo tranquilo”. “Vamos continuar a fazer o nosso trabalho dentro da
normalidade e de acordo com o regulamento e regras estipuladas pelos Serviços
de Educação”, vincou. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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